“Vai dar certo”, respondeu o secretário do Meio Ambiente do Pará, Raul Protázio Romão, à pergunta que deveria estar na cabeça das cerca de 800 pessoas que lotavam um teatro em São Paulo na manhã desta terça-feira para a Conferência Brasileira Clima e Carbono.
Romão estava falando sobre a logística e a estrutura para a COP30, a conferência do clima da ONU que acontece daqui pouco mais de um ano em Belém.
Um dos pontos críticos está solucionado, disse o secretário: a acomodação dos diplomatas responsáveis pelas negociações oficiais. Apesar da notoriedade recente, a razão de existir da reunião ainda é a tomada de decisões entre os 197 países que fazem parte da Convenção do Clima.
Belém terá uma espécie de “vila olímpica” com 800 quartos para abrigar as delegações nacionais. O local é próximo de onde acontecerão as discussões, então não haverá questões com trânsito, afirmou Romão ao Reset.
Depois da COP30, o espaço vai abrigar órgãos do governo estadual que hoje não têm sede própria.
Acomodar os negociadores deve aliviar um pouco a demanda sobre a rede hoteleira da cidade, mas os relatos de diárias a preços comparáveis a hotéis de luxo em Nova York ou Londres são frequentes entre os interessados em ir a Belém.
Mas ele também reconheceu que as COPs mudaram muito nos últimos anos. O que eram negociações técnicas hoje são um grande evento. “Me perguntam se vai ter show do Coldplay. Minha mãe quer estar lá.”
Romão ofereceu outra perspectiva para o hype em torno da capital paraense: um “passivo de participação social”.
As duas edições mais recentes da conferência aconteceram em países com restrições severas à liberdade de expressão: Egito e Emirados Árabes Unidos. Não será diferente na próxima, que acontece em Baku, capital do Azerbaijão, em novembro.
“Todo mundo de todo o mundo quer estar presente” na COP30, disse Romão. “As pessoas estão pulando a COP29 para vir para o Brasil.”