STARTUPS

Textos do Reset agora têm versão em áudio com tecnologia da Audima

A voz é feita por uma inteligência artificial desenvolvida pela startup com foco em inclusão digital

Textos do Reset agora têm versão em áudio com tecnologia da Audima

As reportagens do Reset passaram a ter voz. Em parceria com a Audima, o portal incorporou tocadores de áudio em todas as suas publicações. Seja por necessidade, praticidade ou apenas curiosidade, o recurso já atraiu cerca de 4 mil cliques desde abril, quando o período de teste foi iniciado. 

Localizado logo no início dos textos, o player é gerado por uma inteligência artificial desenvolvida pela Audima, que converte texto em som em poucos segundos. Diferentemente de outras vozes geradas por robô, a tecnologia da startup consegue reproduzir entonações de fala e ritmo de leitura de maneira similar aos humanos.

Além de incluir pessoas com alguma limitação de visão ou leitura, o áudio pode atender a usuários que buscam maior conveniência. A maioria dos cliques no player do Reset vem de desktops, o que sugere que o conteúdo é mais consumido durante o horário de trabalho.

Outra métrica também chama a atenção, segundo o CEO da Audima, Luiz Eduardo Pedroza: o tempo de permanência dos ouvintes. Enquanto a média global de retenção é de 30% para esse tipo de conteúdo, no Reset esse índice chega a 44%.

A adoção da ferramenta está alinhada às boas práticas de acessibilidade. “A parceria com a Audima torna o conteúdo do Reset acessível a mais pessoas e está alinhado ao nosso  compromisso de produzir informação de qualidade sobre a transição para uma economia mais justa e sustentável”, afirma Vanessa Adachi, fundadora e publisher do Reset.

“Para a Audima, a parceria é estratégica pelo tipo de conteúdo de profundidade e a audiência qualificada do portal. Há uma sinergia clara com nossa missão de ampliar o acesso a temas urgentes, como ESG e diversidade”, diz Pedroza. 

Demanda

Embora a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em 2015, exija acessibilidade digital, menos de 3% dos sites no país oferecem recursos para essa finalidade, segundo pesquisa conduzida pela BigDataCorp e pelo Movimento Web para Todos.

Ampliar o acesso a conteúdos digitais era a premissa da Audima  quando foi lançada, em 2017, após uma aceleração no Vale do Silício. O público-alvo no início era as plataformas de conteúdo, os chamados publishers, como o Reset

Com o tempo, outros setores passaram a buscar o serviço para seus canais on-line, impulsionados muitas vezes por pressões externas. Farmácias, por exemplo, são obrigadas pela Anvisa a disponibilizar bulas acessíveis.

“Nossa vida está cada vez mais digital e a pandemia foi um ponto de virada para isso. As marcas perceberam que acessibilidade também é uma experiência de uso e consumo melhor para o consumidor”, explica Pedroza.

“Na prática, uma loja on-line que tem recursos de acessibilidade consegue esclarecer dúvidas sobre os produtos, diminuir o volume de chamados ao SAC e proporcionar mais autonomia ao cliente. Essa melhoria na experiência do consumidor resulta em ganhos operacionais e, ao mesmo tempo, fortalece a fidelização”. 

Hoje, a Audima atende cerca de 5 mil empresas, em 11 países e alcança 7 milhões de pessoas por mês. A tecnologia é multilingue, o que permite o uso por empresas com presença em vários países.  Atualmente, 30% da receita da startup vem de fora do Brasil, com projeção de alcançar 50% até 2027.