VAI OU RACHA – 1
Faltam menos de 24 horas do prazo estabelecido pela presidência para a conclusão da COP28: 11h da terça-feira (4h de Brasília). O momento é descrito como delicado pelos observadores. A expectativa era ter uma nova versão do Balanço Global, o documento mais importante da conferência, na manhã de hoje, mas até as 14h nada havia sido divulgado. “É um momento de muito cuidado, porque ainda existe o risco de que as coisas explodam”, diz um analista. Ou seja: que a COP termine sem um resultado.
VAI OU RACHA – 2
A principal divisão é sobre a menção aos combustíveis fósseis. Além da oposição dos petroestados, capitaneada pela Arábia Saudita, os negociadores apontam um curioso silêncio de americanos e indianos. Os primeiros são os maiores produtores de petróleo do mundo, e os segundo maiores emissores de gases de efeito estufa. Os segundos ainda preveem muitos anos queimando carvão para gerar eletricidade e empurrar a economia. Sultan Al Jaber, o presidente da COP28, diz que “o fracasso não é uma opção”.
VAI OU RACHA – 3
Também há uma distância considerável a encurtar no documento que trata da adaptação, ou a preparação dos países para os efeitos da mudança do clima. Os países em desenvolvimento querem ajuda financeira, com valores e prazos claramente expressos no documento. Um recente relatório do Pnuma, o programa da ONU para o meio ambiente, estima que o financiamento deveria ser entre 10 e 18 vezes maior.
VAI OU RACHA – 4
Até mesmo as negociações do Artigo 6, que envolvem definições práticas do mercado de carbono global da ONU, estão travadas. Algumas decisões podem ser empurradas para a nova rodada técnica que acontece em junho na Alemanha – e que teriam de ser referendadas na COP29, em Baku, no Azerbaijão. A demora do processo, que já leva oito anos e ainda não transacionou uma única tonelada de carbono, é um dos motivos pelos quais o mercado voluntário é importante, afirmam os defensores do mecanismo.
