A Sigma Lithium fez sua estreia na B3 no pregão desta segunda-feira. Listada na Bolsa de Toronto e na Nasdaq, em Nova York, a mineradora de lítio que atua no Vale do Jequitinhonha começou a ter seus BDRs negociados na Bolsa brasileira.
A iniciativa de lançar os Brazilian Depositary Receipts – conhecidos como BDRs – no mercado local partiu do Banco B3, que funciona como depositário. Os BDRs são um instrumento para que ações de companhias listadas em outros países possam ser negociadas no mercado local.
A Sigma embarca esta semana seu primeiro carregamento, que parte do Porto de Vitória para a China. Depois de dez anos de preparação, a companhia começou a extrair e processar lítio em abril.
O produto da empresa é um concentrado de espodumênio, rocha que contém 5,5% de lítio. Os clientes são companhias que farão o refino desse material, que então será utilizado para a fabricação de baterias.
A Sigma Lithium afirma que seu lítio é verde e tem baixo impacto ambiental, graças a sistemas de reuso de água e ao empilhamento a seco dos rejeitos. A primeira mina da companhia fica na região de Araçuaí, no norte de Minas Gerais.
“Agora, os brasileiros que não têm conta no exterior terão a oportunidade de investir neste projeto sustentável sem similaridade no mundo”, afirma a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral, em nota.
Além dos BDRs da mineradora, foram lançados os papéis do Pátria Investimentos e Afya Educacional, hub de educação e soluções digitais para médicos – também listados na Nasdaq.
“Por meio dos BDRs, as ações dessas empresas estarão disponíveis para investidores brasileiros que muitas vezes também são seus clientes, conhecem bem o negócio, o setor de atuação e são impactados por essas companhias. Isso é muito positivo para a diversificação da base acionária dessas empresas”, diz o diretor de relacionamento com clientes da B3, Rogério Santana, em nota.
Com a explosão do mercado de carros elétricos e o consequente aumento da demanda pelos minérios críticos para as baterias, as ações da Sigma Lithium tiveram valorização significativa recentemente.
Há dois anos, os papeis eram negociados a cerca de US$ 5,50 na Nasdaq. Ontem, valiam cerca de US$ 36. O valor de mercado da empresa é de US$ 4 bilhões.