A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, levantou ontem US$ 1,5 bilhão em dívida com a emissão do seu primeiro green bond no mercado internacional.
A operação foi dividida em duas partes: US$ 1 bi com vencimento em 10 anos e taxa de 6,45% ao ano e outros US$ 500 milhões com prazo longuíssimo de 30 anos e juro de 6,95% ao ano.
O objetivo da operação é acelerar a expansão dos negócios, de acordo com comunicado ao mercado publicado na noite de ontem, prioritariamente no segmento de renováveis.
O dinheiro será utilizado para projetos que estejam em linha com o framework de dívida ESG da companhia, desenhado em 2022. Boa parte dos recursos irá para as plantas industriais de etanol de segunda geração (E2G) e investimento na eficiência operacional nos parques de bioenergia.
A emissão também servirá para alongar o prazo médio de endividamento da empresa, com a recompra de títulos de dívida com vencimento em 2027, que têm taxa anual de 5,3%. Na segunda-feira, a empresa também lançou uma operação de recompra desses papéis, que expira amanhã. Com isso, o novo prazo médio da dívida da companhia ficará em 7 anos.
O rating da operação seguiu a mesma avaliação da Raízen, de ‘BBB’ pela Fitch e pela S&P, com grau de investimento. A operação foi coordenada por Citi, Itaú BBA, J.P. Morgan e Morgan Stanley. Bank of America, BNP Paribas, Bradesco BBI e Santander também integraram o pool de bancos.
A companhia também fechou sua primeira antecipação de recebíveis de contratos de longo prazo do etanol de segunda geração em US$ 617 milhões, de acordo com a coluna Pipeline, do Valor.
Em São Paulo, a Raízen opera uma usina de E2G em Piracicaba e outra em Guariba – esta em comissionamento. Também no Estado, estão em construção usinas em Valparaíso e Barra Bonita, que devem ser inauguradas no segundo semestre deste ano, e Andradina, para o ano que vem. A empresa também já anunciou as plantas de Caarapó (MS) e Tarumã (SP).