O BNDES aprovou duas linhas de financiamento para a Eve, spin-off da Embraer que desenvolve ‘carros voadores’, num total R$ 490 milhões.
O dinheiro será utilizado em pesquisa e desenvolvimento dessa nova categoria de veículo, conhecida pela sigla em inglês eVTOL, de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical.
A Eve é uma entre dezenas de startups que querem criar um novo mercado de mobilidade aérea urbana. A promessa é que os eVTOLS sejam mais baratos, mais silenciosos e mais seguros que os helicópteros – além de não emitir CO2.
A expectativa da Eve é que seus modelos entrem em operação comercial já em 2026. A companhia ainda não finalizou protótipos nem realizou voos de teste. Depois disso, ainda será necessária a aprovação das autoridades reguladoras.
Os recursos do BNDES virão de dois bolsos diferentes. A maior parte (R$ 410 milhões) sai do Finem, um programa de financiamento de inovação. O restante vem do Fundo Clima, que tem uma área voltada à mobilidade urbana.
A Eve está listada na bolsa de Nova York desde maio, quando foi concluída sua fusão com a Zanite, uma empresa ‘cheque em branco’ (SPAC).
As ações da companhia, cuja sede fica em Fort Lauderdale, na Flórida, estão no mesmo patamar do valor de estreia, por volta de US$ 10,30. O valor de mercado da Eve é de US$ 353,7 milhões.
Tanto a Eve quanto suas concorrentes de capital aberto sofreram com a cautela dos investidores em relação a negócios novos e ainda sem comprovação diante das incertezas quanto à economia global.
As companhias que desenvolvem eVTOLs apostam num mercado inicial de rotas fixas e com alto volume de passageiros, como o transporte entre o centro de grandes cidades e aeroportos.
O modelo da Eve terá capacidade para quatro passageiros, além do piloto, e suas baterias terão autonomia de até 100 quilômetros.Caso o cronograma de desenvolvimento e aprovações regulatórias seja mantido, a empresa projeta um faturamento de US$ 4,5 bilhões em 2030. A companhia tem encomendas potenciais de 2.770 aeronaves.