O Bezos Earth Fund, veículo filantrópico do bilionário Jeff Bezos dedicado ao clima, acaba de anunciar que vai destinar até US$ 100 milhões em doações para acelerar soluções baseadas em inteligência artificial com foco no combate às mudanças climáticas e à perda da biodiversidade.
As inscrições para a iniciativa, que recebeu o nome de “AI for Climate and Nature Grand Challenge”, começam em maio.
Os projetos selecionados serão anunciados em um evento na Climate Week de Nova York, no fim de setembro.
Serão aceitas inscrições de pesquisadores de universidades, ONGs, empresas privadas e outras organizações.
“Ao reunir mentes brilhantes de diferentes áreas, talvez possamos inventar novos caminhos para o futuro”, disse o fundador e presidente do conselho da Amazon, em comunicado à imprensa.
A iniciativa do fundo é dividida em duas etapas. Na primeira fase, serão concedidas até 30 doações-semente para projetos com foco em proteínas sustentáveis, conservação da biodiversidade e otimização da rede elétrica – o fundo não especificou como a inteligência artificial deve estar inserida nessas propostas.
(Haverá ainda uma categoria “curinga” para “ideias poderosas fora das áreas de foco”, segundo o fundo.)
Na rodada posterior, esses projetos poderão se candidatar para receber subsídios de até US$ 2 milhões para colocar de pé suas ideias.
Da mensuração de informação à inovação, ferramentas de inteligência artificial podem ser aplicadas de diferentes formas.
Algumas empresas de tecnologia no exterior estão explorando esse filão, segundo uma reportagem da Fortune.
A IA pode ajudar as companhias na medição de indicadores ESG, algo cada vez mais importante com os novos padrões de divulgação exigidos por governos e instituições financeiras.
No Brasil
O Bezos Earth Fund foi lançado em 2020, quando bilionário se comprometeu a destinar US$ 10 bi de sua fortuna – hoje estimada em US$ 194 bilhões, segundo a Forbes – para projetos de restauração da natureza e combate às mudanças climáticas.
No Brasil, o veículo de Bezos entrou em alguns projetos no ano passado.
Em julho, o fundo fez quatro doações para projetos no Brasil com foco na conservação da Amazônia, num valor total de US$ 50 milhões.
Na COP28, em Dubai, foi feito um outro anúncio, desta vez de R$ 80 milhões, para a criação de um sistema de rastreamento individual do gado no Pará, um dos focos de desmatamento por atividade pecuária no Brasil.