A partir do ano que vem, quem investir em fundos da BlackRock, a maior gestora de recursos de terceiros do mundo, será informado do impacto do seu portfólio sobre o clima do planeta.
Ao participar de um painel hoje cedo na COP26, Paul Bodnar, chefe global de investimentos sustentáveis da BlackRock, disse que a nova ferramenta deve começar a vigorar até o fim deste ano. “Vamos reportar aos nossos clientes até o final do ano o aumento da temperatura — uma pontuação de temperatura que mostra quanto aquecimento o portfólio causaria se representasse a economia global”, disse ele, segundo a Bloomberg.
Bodnar, ex-assessor de Barack Obama para questões climáticas e de transição enérgética, se refere a uma ferramenta batizada de Aladdin Climate.
“Temos um sistema de gestão de riscos e portfólio que se chama Aladdin. E criamos o Aladdin Climate para gerar métricas e informações climáticas sobre nossos portfólios. Tanto para efeito de gestão quanto para os clientes”, explica Carlos Takahashi, chairman da BlackRock no Brasil.
Segundo explica a página da gestora dedicada à ferramenta, a “Aladdin Climate calcula e mostra o risco climático em carteiras, para que os investidores possam tomar medidas para reduzir sua exposição”.
A asset não detalha como a ferramenta foi desenvolvida, mas diz que a “abordagem une a ciência do clima com modelagem específica de ativos para chegar a um conjunto de avaliações de segurança e métricas de risco ajustadas ao clima”.
Já faz anos que Larry Fink, o CEO da BlackRock, se tornou um dos executivos mais vocais de Wall Street a favor da sustentabilidade e da transição da economia para o baixo carbono. No início deste ano, além de dizer às companhias das quais a gestora é acionista que elas têm que começar a divulgar um plano de transição para seus negócios, a própria BlackRock assumiu uma série de compromissos, como colocar ativos que não se adequam aos riscos climáticos em observação para potencial saída.