UE entra na guerra dos subsídios verdes contra EUA para barrar fuga de investimentos

Nesta semana, Volkswagen anunciou o congelamento dos planos de erguer uma fábrica de baterias no continente por conta dos incentivos americanos

UE entra na guerra dos subsídios verdes contra EUA para barrar fuga de investimentos
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Num aguardado movimento para evitar que empresas transfiram investimentos em tecnologias ligadas à transição verde para os Estados Unidos, por conta dos estímulos criados pelo governo Biden, a União Europeia anunciou hoje que vai relaxar suas regras e permitir que seus 27 Estados-membros ofereçam subsídios equivalentes aos propostos por competidores estrangeiros.

A entrada da UE na corrida dos subsídios verdes acontece um dia antes de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se encontrar com o presidente americano, Joe Biden, em Washington, para discutir suas relações econômicas. 

Com a justificativa de igualar incentivos semelhantes oferecidos por outros países, bilhões de euros devem ser alocados para painéis solares, turbinas  eólicas e placas fotovoltaicas, por exemplo. 

De acordo com o comunicado, um volume maior de incentivos só poderá ser oferecido a companhias individualmente “quando houver um risco real de que os investimentos sejam desviados da Europa”.  

As medidas anunciadas hoje, sob a forma de prorrogação de medidas adotadas no ano passado em resposta à guerra da Ucrânia, fazem parte do plano anunciado por von der Leyen, em Davos, no mês passado, e devem valer até 31 de dezembro de 2025. 

A reação europeia chega depois de meses de críticas a Washington, com acusações de que certos componentes do Inflation Reduction Act, aprovado em agosto passado, protegeriam de forma injusta a indústria doméstica americana e canibalizariam investimentos verdes no bloco europeu.

Nesta semana, a Volkswagen elevou o nível de tensão ao anunciar que estava congelando os planos de construir uma fábrica de baterias no continente europeu, enquanto aguardava uma resposta do bloco após ter calculado que, caso levasse a planta para os Estados Unidos, teria acesso a 10 bilhões de euros em incentivos fiscais.