A Brookfield Asset Management acaba de levantar US$ 7 bilhões em uma rodada inicial para o Global Transition Fund, seu novo fundo de impacto com foco na transição energética.
O anúncio acontece simultaneamente ao de outro giga fundo climático captado pela TGP esta semana, dando nova escala aos investimentos na descarbonização da economia e abrindo espaço para outras iniciativas na mesma linha.
A própria gestora canadense já aumentou sua ambição inicial e disse que agora espera chegar a uma captação de US$ 12,5 bilhões com a nova estratégia.
“As oportunidades de descarbonização são maiores e estão chegando mais cedo do que poderíamos esperar alguns meses atrás. É toda uma transição da economia. Então, são todos os setores. É toda empresa”, disse em entrevista à Bloomberg Mark Carney, o ex-presidente do Banco da Inglaterra que é um dos líderes da agenda de finanças verdes no mundo e chegou à Brookfield um ano atrás para comandar a estratégia ESG da casa.
A rodada inicial contou com investidores institucionais de peso, como a Temasek, a holding de investimentos do governo de Cingapura, e o fundo de pensão Ontario Teachers (que também investiu no fundo da TPG).
O fundo vai buscar toda sorte de oportunidades de negócios dentro da tese de transição energética. Da redução da pegada de carbono dos servidores de empresas de tecnologia até a eletrificação de automóveis e sua infraestrutura de carregamento, segundo Carney.
A Brookfield diz que, além de fornecer capital, quer contribuir com conhecimento e, para isso, conta com o repertório acumulado dentro de casa, já que a gestora se destaca por apostas em negócios de energia de fontes renováveis e limpas pelo mundo, inclusive no Brasil.
Embora a cifra dos novos fundos climáticos impressione, ainda são uma gota no oceano de capital que precisará ser alocado para a descarbonização da economia global nesta e nas próximas décadas para cumprir as metas do Acordo de Paris.
“Em termos de investimento em infraestrutura de energia, a quantidade [de dinheiro necessária para descarbonizar a economia] aumenta em US $ 1 trilhão ou US $ 2,5 trilhões a mais por ano a partir de meados desta década e nas últimas partes da década. Portanto, o conjunto de oportunidades é enorme”, disse Carney, segundo o Financial Times.
(Com edição de Vanessa Adachi)