O Banco Mundial liberou US$ 500 milhões para o Banco do Brasil expandir o financiamento atrelado a metas sustentáveis e impulsionar o acesso ao mercado de créditos de carbono pelo setor privado.
O projeto adotará uma abordagem que exige que empresas tenham planos de descarbonização para conseguir acesso a crédito de longo prazo.
O BB vai disponibilizar aos clientes pacotes que integrem o financiamento com apoio ao acesso aos mercados de carbono por meio do que chamou de “balcão único”, desde a medição da pegada de carbono até geração de créditos de “alta integridade”.
A iniciativa é interessante especialmente para pequenas e médias empresas, que costumam ter dificuldades para realizar essas operações.
Do montante captado, US$ 400 milhões devem ir para uma linha de crédito com empréstimos vinculados à sustentabilidade para empresas que apresentem metas consistentes.
Ao Valor, o presidente do BB, Fausto Ribeiro, disse que a captação terá uma taxa final de 4,5%. “Com isso, conseguiremos repassar aos clientes uma taxa bem mais baixa do que se observa em outras linhas”, disse o CEO.
Outros US$ 98 milhões vão para a criação de um Fundo de Dívida Climática, e servirão também para atrair capital privado para “expandir o financiamento vinculado à sustentabilidade na economia em geral”, segundo comunicado divulgado pelo banco.
Os outros US$ 2 milhões vão para que o Banco do Brasil invista em capacitação e softwares para auxiliar seus clientes na seara climática.
A expectativa é que, através da iniciativa, até 2030 sejam reduzidas 90 milhões de toneladas de CO2 emitido. O volume equivale a 4,5% do que o País precisa mitigar em emissões para cumprir seus compromissos net zero.
Ao todo, o objetivo é que o projeto mobilize US$ 1,4 bilhão em capital privado por meio da ampliação do financiamento do Banco do Brasil e de investidores privados.
“O Brasil tem potencial significativo para se tornar um líder global na transição para uma economia de baixo carbono. Para isso, é necessária uma ação urgente para complementar as atividades públicas com soluções e financiamento privados”, disse Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil, em nota.
O novo acordo conversa com a plataforma Climate Action Data Trust (CAD Trust), lançada pelo Banco Mundial no início do mês, na qual a instituição quer concentrar as informações existentes sobre mercados de carbono e facilitar seu monitoramento e compartilhamento.