A CEO da Nasdaq, Adena Friedman, vem sendo uma das maiores porta-vozes de um capitalismo mais inclusivo.
Hoje, ela mostrou que quer levar o discurso para a prática.
A Nasdaq pediu permissão à Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana, para adotar um novo requerimento para as 3249 empresas listadas na sua principal bolsa nos Estados Unidos: ter ao menos uma mulher e um membro LGBTQ ou outra minoria sub-representada em seus conselhos.
A informação foi divulgada em primeira mão pelo DealBook, do New York Times.
“Não que essa seja a composição ótima do board, mas é um nível mínimo de diversidade que acreditamos que todo conselho deveria ter”, disse a Adena Friedman em entrevista à newsletter comandada pelo jornalista Andrew Ross Sorkin. “A diversidade no conselho é um elemento importante para dar aos investidores a confiança na sustentabilidade futura da companhia.”
Hoje, 75% das empresas listadas na Nasdaq nos Estados Unidos não cumprem com os requerimentos.
As empresas serão obrigadas a divulgar publicamente o dado sobre diversidade de seu conselho um ano depois da aprovação da regra pela SEC, e cumprir com as regras dentro de dois anos.
Quem não divulgar as informações sobre diversidade enfrentará uma potencial deslistagem. As empresas que reportarem os dados e não atingirem os padrões vão ter que explicar publicamente por quê.
Ainda ao Dealbook, Friedman afirmou que vem fazendo lobby para que a SEC inclua a regra de diversidade como exigência para todas as companhias.
“O resultado ideal seria que a SEC tivesse um papel aqui, eles poderiam aplicar essas regras para empresas públicas e privadas porque eles supervisionam a indústria de private equity também.”
A proposta da Nasdaq manda um sinal poderoso ao mercado e vem na esteira de movimentações no mesmo sentido.
O Goldman Sachs já anunciou que só vai atuar como coordenador de ofertas de ações de empresas que tenham ao menos um membro do conselho diverso e uma nova lei da Califórnia impõe um número mínimo de conselheiros de grupos sub representados em empresas baseadas no Estado.
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