Biden e o clima
Bolsonaro pode até ameaçar com pólvora, mas a eleição de Joe Biden como presidente dos EUA deve ser um divisor de água para a questão climática. O Valor aponta o que o democrata pode fazer mesmo sem ter a maioria do Senado. Em entrevista à Folha, a especialista em mudanças climática Natalie Unterstell comenta os planos. A Bloomberg traz, de forma esquemática, o que a vitória significa para a indústria de energia. E Marcelo Leite escreve que, sob a atual condução política, o Brasil virará saco de pancadas.
Bancos Centrais e o clima
A vitória do candidato democrata também já precipitou um outro movimento: o banco central americano, deu sinais de que vai começar a colocar a agenda climática no seu mandato. Numa volta de 180 graus, nesta semana, o Fed anunciou que vai entrar na Network for Greening the Financial System (NGFS), um consórcio de banqueiros centrais se formou em 2017 para dar apoio ao Acordo de Paris, conta a newsletter Moral Money, do Financial Times.
Na Europa, onde a conversa está mais adiantada, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, vem reiterando há tempos que “os riscos climáticos não estão corretamente precificados”. Agora, resta saber qual providência a autoridade monetária deve tomar, explica a Bloomberg. Uma direção é exigir que as empresas divulguem melhor seus riscos climáticos. Outra é mais radical: o banco poderia julgar de forma mais ativa quem pode se beneficiar do seu programa massivo de compras de títulos.
A batalha dos CBios
Menos de seis meses depois da primeira negociação de CBIOs na bolsa, os títulos de descarbonização para o mercado de combustíveis foram parar na Justiça. Uma associação conseguiu que a meta de compra de CBIOs por parte das distribuidoras de combustíveis fósseis fosse reduzida em mais 25%, alegando impactos da pandemia. A meta original já tinha sido revista em 50% em agosto por conta do coronavírus. O MME já se manifestou contra a decisão. E a ANP recorreu.
Black Banks Matter
Está em curso nos Estados Unidos um movimento corporativo para dar apoio aos bancos controlados por negros. Netflix, PayPal e Square anunciaram grandes doações para dar funding a essas instituições, criadas na década de 1960 como uma forma de tentar fechar o gap racial de crédito e patrimônio. Um especial do WSJ conta a história desses bancos, suas dificuldades e oportunidades e mostra porque, dos 36 bancos que havia a uma década e meia, apenas metade sobreviveu.
Sob fogo cerrado
Para quem acha que o risco climático é exercício de futurismo, as seguradoras têm um recado. Uma reportagem da Bloomberg mostra o impacto dos incêndios florestais gigantescos deste ano na Califórnia para a indústria de seguros — que, por regulação, ainda se baseia em modelos que olham para o passado.
Tá com fôlego? Mais leituras
- Companhias desafiam demandas de investidores sobre mudança climática (FT)
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- Renner faz parceria com brechó para cliente vender roupa que não usa mais (Exame)
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