A sueca Northvolt anunciou um avanço que promete baixar de forma significativa o custo das baterias de grande porte essenciais para a transição energética.
A companhia, que tem entre seus sócios a montadora Volkswagen e a gestora americana BlackRock, comprovou a eficácia de uma tecnologia baseada em íons de sódio, insumo mais barato e mais abundante que o lítio.
A tecnologia também dispensa matérias-primas de difícil obtenção e associadas a impactos ambientais negativos e graves violações de direitos humanos, como o cobalto produzido nas minas do Congo.
O foco das novas baterias são grandes sistemas de armazenamento para o sistema elétrico. Diferentemente de térmicas a carvão ou a gás natural, usinas solares e eólicas geram energia de forma intermitente, e as redes dependerão de baterias para garantir fornecimento constante.
Além da vantagem de custo, a tecnologia é mais segura, o que a tornaria ideal para grandes sistemas de armazenamento de eletricidade em países do Oriente Médio e da África, segundo a empresa.
A novidade não será vista em carros elétricos, pelo menos por enquanto. As baterias de íons de lítio tradicionalmente usada em veículos ainda levam vantagem na relação entre volume, peso e capacidade.
Mas a startup sueca conseguiu atingir uma performance semelhante à das baterias de íons de lítio hoje usadas para armazenamento de longo prazo.
A receita da empresa utiliza azul da Prússia, um material usado para pigmentação, em vez de metais como níquel e cobalto. Essa característica os riscos de combustão em temperaturas muito baixas.
Peter Carlsson, o CEO da Northvolt, disse ao Financial Times que sua tecnologia teria um preço cerca de 25% mais baixo que a utilizada atualmente em soluções para sistemas elétricos.
A companhia afirmou que as primeiras unidades para testes comerciais estarão disponíveis no ano que vem, com a produção em escala começando no fim da década.
A Northvolt está preparando uma oferta pública inicial na bolsa de Estocolmo que pode dar à empresa um valor de US$ 20 bilhões, mas o IPO vai depender das condições de mercado, afirmou Carlsson.
A companhia foi fundada em 2017 por dois ex-executivos da Tesla com a ambição de criar uma alternativa europeia para a eletrificação das montadoras, que dependem das baterias produzidas na China.
Além de uma fábrica na Suécia, duas outras estão em construção na Europa (a imagem mostra a renderização da planta na Alemanha) e, em setembro, anunciou que uma quarta será erguida no Canadá.