Acelen terá R$ 258 milhões do BNDES para desenvolver SAF

Controlada pelo fundo Mubadala, empresa vai usar recursos para pesquisa e desenvolvimento da cultura da macaúba, matéria prima do combustível

Processo de beneficiamento dos cocos da macaúba em planta da Inocas
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A Acelen, empresa controlada pelo fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, teve aprovado um financiamento de R$ 258 milhões pelo BNDES para o desenvolvimento de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir da macaúba, planta nativa brasileira. 

Os recursos são para implementar um centro tecnológico agrícola em Montes Claros (MG) para a pesquisa e desenvolvimento da cultura da planta, o que inclui a sua domesticação e o cultivo em terras degradadas. A tecnologia permitirá a seleção das melhores plantas para a produção de sementes, clonagem e melhoramento genético. 

A estrutura terá capacidade de germinação de 1,7 milhão de sementes por mês e produção de 10,5 milhões de mudas da planta por ano. A localização foi escolhida por ser próxima dos maciços naturais de macaúba e por possuir boa infraestrutura. 

Esse é o primeiro financiamento do BNDES para o desenvolvimento de SAF. 

“Com essa iniciativa, o Brasil dá um passo importante para se tornar um grande produtor de combustível sustentável de aviação e se colocar no mundo como um líder da transição climática”, afirma em nota Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES.

O centro tecnológico faz parte da operação da Acelen no Brasil, que tem investimento total de US$ 2,7 bilhões. O objetivo da empresa é produzir 20 mil barris por dia de combustível renovável, ou seja, 1 bilhão de litros por ano.