SEC multa Goldman Sachs por greenwashing

Gestora do banco americano deixou de cumprir suas próprias regras em fundos promovidos como ESG

SEC multa Goldman Sachs por greenwashing
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A gestora de recursos do banco Goldman Sachs foi multada em US$ 4 milhões por descumprir suas próprias regras para fundos baseados em critérios ambientais, sociais e de governança.

Apesar do baixo valor diante do US$ 1,5 trilhão de ativos sob administração da gestora, a penalidade reflete um endurecimento da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula os mercados de capitais americanos, na fiscalização de produtos financeiros ESG.

A SEC encontrou irregularidades em dois fundos e na carteira exclusiva de um investidor da gestora. Entre outros problemas, as avaliações ESG das companhias foram feitas somente depois de elas já terem sido selecionadas para os fundos.

As infrações ocorreram entre 2017 e 2020. A Goldman Sachs Asset Management fez um acordo para pagar a multa e não admitiu culpa nem negou as acusações do regulador.

“Em resposta à demanda dos investidores, gestoras como a GSAM cada vez mais usam marcas e fazem marketing ESG de seus fundos e estratégias”, disse em comunicado Sanjay Wadhwa, vice-diretor da área de fiscalização e responsável pela força-tarefa de clima e ESG da SEC.

Em maio, o órgão havia multado a gestora BNY Mellon em US$ 1,5 milhão por informações incompletas e enganosas sobre o uso de critérios ESG em seus fundos.

No mesmo mês, a polícia alemã fez uma batida na sede da gestora DWS, do Deutsche Bank, numa investigação de greenwashing por parte da empresa.

Reguladores de todo o mundo estão tentando criar definições objetivas do que são aplicações que levam em conta critérios de sustentabilidade e como elas podem ser promovidas.

Nos Estados Unidos, a SEC anunciou há seis meses uma série de restrições e diretrizes para o que pode e o que não pode receber o nome ESG. Elas foram submetidas a consulta pública, e a expectativa é que entrem em vigor no ano que vem.A oferta de opções de investimentos supostamente responsáveis tem crescido nos últimos anos. Considerando somente aqueles que prometem ser aliados dos investidores na luta contra a mudança do clima, o total aumentou em 32% nos nove primeiros meses deste ano, segundo a Morningstar.