Maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, a Suzano está criando um fundo próprio de venture capital com US$ 70 milhões para startups de bioeconomia, com foco em tecnologias de baixo carbono que gerem valor a partir das florestas plantadas.
Batizada de Suzano Ventures, a iniciativa vai mirar empresas no Brasil e no exterior e dará prioridade a negócios com novas tecnologias e aplicações de biomassa da celulose e soluções com embalagens celulósicas.
Outras áreas prioritárias serão agtechs que acelerem a produtividade agroflorestal e a captura de carbono, além de empresas que meçam e façam a gestão do sequestro de carbono pelas florestas.
A iniciativa está em linha com o plano da companhia de ir além do papel e celulose e escalar novos produtos a partir do eucalipto – como tecidos e plásticos – para substituir combustíveis fósseis.
A empresa já anunciou também que pretende vender créditos de carbono gerados pelas suas florestas: 22 milhões de toneladas de carbono sequestrado já foram submetidas a certificação.
Segundo comunicado divulgado hoje, a Suzano mira aportes em startups tanto em estágios iniciais, na fase conhecida como seed, ou mais estruturados, de series A.
Há espaço também para alavancar soluções que estejam em estágio laboratorial ou buscando validação comercial.
A nova área de corporate venture será comandada por Julio Ramundo, executivo que até então respondia pela área de corporate finance, onde coordenou emissões de dívida atreladas a metas ESG.
Outros investimentos
A Suzano já vem investindo em startups ao longo dos últimos anos.
Um dos casos de maior sucesso foi o da finlandesa Spinnova, que encontrou uma forma de fazer tecidos a partir de uma fibra de celulose reduzida a dimensões nano, a celulose microfibrilada de madeira (MFC).
A Suzano investiu € 5 milhões na companhia, ainda em fase experimental, em 2017.
No ano passado, a startup abriu seu capital com valor de mercado de € 390 milhões e, por meio de uma joint venture com a companhia brasileira, está em fase final de construção de uma fábrica de fibra têxtil com previsão de conclusão ainda neste ano.
Marcas como Adidas e H&M já têm contratos com a Spinnova.