Anbima dá rótulo de 'sustentável' para 17 fundos; conheça a lista

Iniciativa é resultado da autorregulação que tenta definir e padronizar o que pode ser considerado um fundo sustentável no Brasil

Anbima dá rótulo de 'sustentável' para 17 fundos; conheça a lista
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A Anbima divulgou a primeira lista de fundos que se classificaram como de ‘investimento sustentável’, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela autorregulação da entidade, que reúne participantes dos mercados financeiro e de capitais. 

Trata-se da primeira iniciativa para tentar definir e padronizar o que pode ser considerado um fundo sustentável no Brasil

De janeiro a julho, 17 fundos ganharam aprovação da entidade para usar o sufixo IS, de investimento sustentável, no nome. Trata-se da categoria que, ao menos em teoria, engloba as estratégias mais puro-sangue, que têm a sustentabilidade como um dos seus principais objetivos, ao lado do retorno financeiro. 

Na prática, o sufixo foi atribuído a 13 estratégias diferentes, já que alguns fundos são apenas veículos distintos criados para o mesmo objetivo de investimento (como é o caso dos veículos de JGP, Santander e Mirova).

Lista de fundos de investimento sustentável da Anbima

Ações locais 

Ações exterior 

  • BB Ações ESG IS FI em Ações – BDR Nível 1
  • Caixa FIA Master ESG BDR Nível I IS
  • Mirova Global Sustainable Equity Dolar Advisory Master FIA IE IS
  • Mirova Global Sustainable Equity Advisory FIA IE IS
  • Schroder Best Ideas ESG FIA IS
  • Schroder Sustentabilidade Ações Globais FIA IS IE

Renda fixa 

Integração ESG 

Outros cinco fundos receberam a classificação de “integração ESG” – que não têm o investimento sustentável como objetivo principal, mas usam ferramentas robustas, de acordo com os parâmetros da entidade, para integrar fatores ambientais, sociais e de governança.

Isso significa que eles podem usar o termo “esse fundo integra questões ESG em sua gestão” nos seus materiais de venda. 

São eles os fundos de ações Brasil Capital Sustentabilidade Master, Claritas Valor, Fama FIFE Icatu Previdência e dois fundos de investimento em infraestrutura da gestora Bocaina.

“Acreditamos que, com o tempo, esse número cresça, principalmente dos fundos que consideram práticas ESG. Essa integração se tornará cada vez mais default na indústria, enquanto os fundos com tese de investimento sustentável permanecerão como produtos de nicho, ou seja, existirão em menor quantidade, como já acontece em outros países”, afirma Carlos (Cacá) Takahashi, vice-presidente da Anbima. 

Na fila 

As regras para identificação de fundos sustentáveis entraram em vigor em janeiro e o prazo para as instituições darem início a essa adaptação terminou em 4 de julho. 

Segundo a Anbima, atualmente 45 fundos estão na fila ainda em análise por parte da entidade. Destes, 31 deram entrada para adotar o sufixo IS, enquanto 14 afirmam que integram questões ESG no processo. 

A ideia é depurar os fundos que usam termos como “ESG”, “ASG”, “sustentabilidade”, “verde” e afins em seus nomes. Só poderão usar esses termos aqueles que se adequarem às regras para “investimento sustentável”. 

Em nota, a Anbima afirmou que está acionando “em caráter educativo” as instituições com fundos com termos relacionados à temática ESG em seus nomes e que não se adaptaram às novas exigências.

“Depois deste período, caso não se enquadrem, as casas deverão excluir essas expressões do nome dos fundos ou estarão sujeitas a penalidades”, disse a entidade. 

Por ora, as regras se aplicam apenas a fundos de ações e renda fixa. Neste mês serão publicadas as regras para identificação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e Fundos de Investimento em Cotas (FICs) que invistam exclusivamente em cotas de fundos IS ou fundos que integram questões ESG. 

As discussões para identificação de multimercados já começaram e, em seguida, será a vez dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs). 

Como funciona a autorregulação

No caso dos fundos de “investimento sustentável”, ou IS, as regras para enquadramento na autorregulação da Anbima são mais restritivas. 

O fundo precisa, antes de mais nada, incluir o objetivo de investimento sustentável no seu regulamento e estar apto a demonstrar o alinhamento da carteira. 

Outra exigência é ter um processo sistemático para se engajar com as empresas responsáveis pelos ativos do portfólio e adotar práticas de votação que estejam em harmonia com os objetivos do fundo. 

Já para os fundos que integram questões ESG e quiserem fazer disso um argumento de venda, os gestores precisam formalizar em um documento qual a estratégia utilizada, como métricas para avaliá-las e as possíveis limitações, dando transparência a isso em seu website. 

Em ambos os casos, a gestora ou instituição financeira responsável terá que mostrar que tem uma política clara para tomada de decisões ESG ou “uma estrutura funcional, organizacional e de tomada de decisões adequada para que sejam cumpridas as responsabilidades relacionadas à gestão dos fundos de investimento sustentável”, de acordo com texto da própria Anbima.