A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, afirmou que um terço de seu faturamento vem de produtos considerados pouco saudáveis.
A avaliação foi feita segundo o critério Health Star Rating, que leva em consideração quantidades de gorduras saturadas, açúcares, sal, fibras e ingredientes como frutas e legumes na composição de alimentos industrializados.
Medido por faturamento, 35% do portfólio de marcas da companhia obteve no máximo 3,5 pontos, de 5 possíveis. Somente 30% foi classificado acima de 3,5 pontos, o que é considerado saudável.
A medição foi divulgada no relatório anual da gigante suíça, que define seu propósito como “usar o poder da comida para melhorar a qualidade de vida para todos, hoje e nas gerações futuras”.
A Nestlé e outras grandes multinacionais do setor vêm sofrendo pressão crescente de seus acionistas para medir o valor nutricional de seus produtos de acordo com padrões independentes.
A ShareAction, entidade que defende investimentos responsáveis, disse que a divulgação é uma boa notícia, mas a empresa “ainda depende demais da venda de produtos menos saudáveis”.
Em conferência com analistas em fevereiro, o CEO da Nestlé, Mark Schneider, afirmou que a companhia tinha feito “muito progresso” na redução de sódio, açúcar e gorduras saturadas.
Mas existem limites, disse Schneider. “Categorias de prazer [doces e chocolates, por exemplo] não vão se tornar categorias de saúde.”
O levantamento realizado pela Nestlé exclui alimentos para bebês e nutrição médica, não cobertos pelo HSR.
A metodologia foi desenvolvida pelos governos da Austrália e da Nova Zelândia e vem ganhando aceitação global.
Um dos objetivos do sistema é simplificar a comparação entre produtos sem a necessidade de checar as tabelas de valores nutricionais.