
O evento “Mercados de Carbono: Presente e Futuro”, realizado pelo Reset na última semana, discutiu as tendências e oportunidades para os mercados regulado, voluntário e jurisdicional de carbono. Autoridades, reguladores, especialistas e empresas do setor debateram a importância de precificar as emissões como forma de acelerar – e financiar – a transição para uma economia limpa e sustentável.
O encontro foi patrocinado por Natura, Itaú, BRF Marfrig, Bradesco, Suzano, Banco ABC Brasil e Race to Belém. O evento faz parte do projeto COP30, que conta ainda com uma editoria especial, uma série de podcast original, boletins e webinars.
Como o governo está avançando na regulamentação do mercado de carbono regulado, aprovado pelo Congresso no ano passado, foi o tema da abertura do evento.
Cristina Reis, subsecretária de desenvolvimento econômico sustentável do Ministério da Fazenda, trouxe uma novidade: o governo federal deve anunciar ainda neste mês uma instância provisória para ser o órgão gestor e regulador do mercado.
A área técnica da Fazenda defende a criação de uma nova agência reguladora para gerir e receber as receitas do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, o SBCE. A decisão final é da Presidência da República, que poderá apresentar a proposta para o Congresso Nacional.
“Não dá pra aprovar no Congresso uma agência reguladora ainda em junho, mas dá pra ter uma instância provisória para trabalhar já em julho, para a qual serão atribuídas algumas das competências que a lei define para o órgão gestor”, disse Reis.
No primeiro painel, o evento reuniu governo, empresa e um especialista para discutir como a implementação do sistema de emissões (conhecido como “cap and trade”) pode incentivar a transição energética na economia real.
Os sistemas de créditos de carbono de preservação florestal que cobrem jurisdições inteiras foram o tema do segundo painel. Conhecidos como REDD jurisdicional, eles vêm sendo anunciados no mundo todo e despertando interesses dos compradores. Os secretários do meio ambiente do Pará e de Tocantins contaram sobre a implementação desses programas em seus Estados.
Um talk com Pedro Venzon, gerente de políticas na Associação Internacional de Comércio de Emissões (Ieta), trouxe as atualidades e tendências internacionais para o carbono: a implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris, mercados regulados, Corsia e formação de preços.
O terceiro e último painel falou sobre o mercado voluntário: sua duradoura crise, particularmente dos créditos REDD+; o nascente negócio da restauração florestal (que vende remoção de CO2); e as expectativas de novas demandas – com o SBCE, acordos setoriais como o Corsia e o Artigo 6.
Assista abaixo à íntegra das sessões:
Mercado regulado de carbono aprovado. E agora?
Expectativas sobre o funcionamento do mercado regulado para descarbonizar a economia
REDD Jurisdicional: A nova fronteira para manter a floresta em pé?
Atualidades e Tendências Internacionais para Carbono
Mercado voluntário: Da crise de credibilidade à solução para reflorestamento