Weg pode se beneficiar da crise energética da Europa, diz Itaú BBA

Escalada nos preços da eletricidade na Europa deve acelerar a busca por ganhos de eficiência e aumentar demanda por equipamentos da empresa

Imagem de equipamento industrial da empresa catarinense de motores elétricos Weg
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A escalada nos preços da eletricidade na Europa deve acelerar a busca por ganhos de eficiência na indústria – o que é uma boa notícia para a Weg, segundo o Itaú BBA.

As autoridades europeias estão fazendo esforços para reduzir a utilização de energia tanto em residências quanto nas empresas. Motores industriais são responsáveis por cerca de 25% da energia consumida no continente.

Equipamentos de baixa voltagem, como os produzidos pela multinacional brasileira, serão “determinantes” para que as companhias sejam mais eficientes no uso desse recurso, escrevem os analistas do banco.

“A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, estima que o aumento das exigências de eficiência elétrica possam gerar uma economia de 110 TWh em 2030, o equivalente ao consumo da Holanda”, afirma o relatório.

A Weg está bem preparada para atender o crescimento da demanda deste mercado, que movimenta US$ 7,5 bilhões anuais, diz o relatório do Itaú. A empresa, cuja sede fica em Jaraguá do Sul (SC), tem sete fábricas na Europa, todas especializadas em motores elétricos.

A taxa de crescimento anual composto da empresa é de cerca de 10% nos últimos cinco anos. A companhia faturou R$ 23,6 bilhões em 2021.

“Ainda enxergamos espaço para crescimento, pois o mercado é enorme, e a participação da Weg é baixa”, escrevem os analistas. A companhia tem 8% do segmento de motores de baixa voltagem (que totaliza globalmente US$ 3,5 bilhões) e somente 1% do de drives, equipamentos que controlam a potência dos motores (um mercado global de US$ 4 bilhões).

Outros fabricantes de equipamentos industriais elétricos também vêm se beneficiando da onda de eletrificação. 

A alemã Siemens e a holandesa ABB estão batendo recordes de encomendas e também projetam resultados positivos no segundo semestre deste ano e em 2023, diz o banco.

A ação da Weg era negociada na B3 por cerca de R$ 28,70 na tarde de hoje. O Itaú BBA reforça a recomendação de compra e aponta um preço-alvo de R$ 36 para 2023.