A TotalEnergies anunciou a compra da Talos Low Carbon Solutions, o braço da Talos Energy com foco em captura de carbono, por US$ 148 milhões.
Com a transação, os três projetos de captura de carbono (CCS, na sigla em inglês) que a Talos possui nos Estados Unidos passarão para a petroleira francesa.
Entre eles, está o Bayou Bend, uma joint-venture de CCS no Texas, que pertence à Chevron (50%), à Equinor (25%) e, agora, à TotalEnergies (25%).
Próximo à refinaria de Port Arthur e dos ativos petroquímicos em La Porte, o projeto será “fundamental” para a redução das emissões diretas das operações da TotalEnergies nos EUA, disse o CEO e chairman da companhia, Patrick Pouyanné, em nota.
“Esta transação dá impulso à descarbonização das emissões difíceis de reduzir nos EUA e estabelece um marco na nossa jornada para chegar ao net zero até 2050.”
O empreendimento tem licenças para armazenar CO2 no continente e em alto mar, em área equivalente a 600 km², e pode armazenar centenas de milhões de toneladas de CO2, de acordo com a TotalEnergies.
A petroleira também passou a deter 65% do projeto Harvest Bend CCS, próximo à região industrial de Louisiana, e 50% do Coastal Bend, perto de Corpus Christi, no Sul do Texas. Mas ambos devem ser colocados à venda pela TotalEnergies na sequência, por conta da distância de seus empreendimentos, informou a empresa.
Já a Talos, que foca em produção e exploração upstream no Golfo do México americano e offshore do México, pretende usar os recursos para a geração de fluxo de caixa e alocar capital em seu negócio principal. A empresa também continuará a explorar o desenvolvimento de negócios e oportunidades de fusões e aquisições.
A captura de carbono é uma estratégia importante para que empresas atinjam o net zero, mas a tecnologia ainda é cara e concentrada em alguns projetos. Dos dois lados do Atlântico, autoridades se movimentam para incentivar e organizar esse mercado.
Nos EUA, o Departamento de Energia (DoE) anunciou na última quinta-feira, 14, que vai disponibilizar uma plataforma que permita conectar compradores e vendedores de serviços nesse segmento. Já na União Europeia, o Conselho e o Parlamento chegaram a um acordo provisório sobre um framework para os créditos de remoção de carbono — que ainda precisa de aprovação por ambas as partes.