Shell recua e impõe ritmo mais lento para metas climáticas

Companhia de petróleo e gás alterou compromissos previstos para 2030 e 2035

Um barril com o símbolo da petroleira Shell
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A petroleira Shell acaba de fazer alterações em suas metas climáticas, impondo um ritmo mais lento aos compromissos que havia traçado para os próximos anos.

A gigante do setor de petróleo e gás fez sua primeira revisão nos planos que haviam sido divulgados em 2021.

O corte de 20% na intensidade líquida de carbono de seus produtos previsto para 2030 agora vai ficar na faixa entre 15% e 20%. E o compromisso de reduzir 45% da intensidade de emissões até 2035 foi abandonado.

A meta para 2035 ficou de lado, de acordo com a Shell, pela incerteza da companhia em relação ao ritmo que a transição energética vai tomar nos próximos anos.

Em contrapartida, a companhia assumiu o compromisso de reduzir entre 15% a 20% das emissões absolutas dos produtos petrolíferos que vende até 2030.

Segundo o jornal Financial Times, a mudança de rota reflete os planos do presidente-executivo da Shell, Wael Sawan, que pretende aumentar o volume de vendas de gás natural liquefeito, enquanto mantém a produção de petróleo estável.

Ele negou, porém, que a Shell esteja dando marcha a ré em seus planos climáticos.

“Não se trata de tentar mudar uma trajetória, estamos comprometidos com essa trajetória”, disse Sawan à publicação britânica. 

No ano passado, a companhia já havia recuado de seus planos de corte na produção de combustíveis fósseis, assumidos em 2021.

Na ocasião, a Shell havia anunciado que iria abandonar os planos de reduzir anualmente, até 2030, entre 1% e 2% do volume de petróleo que produz.