Coalizão empresarial de US$ 1 tri pede plano para acabar com fósseis

Carta assinada por 130 companhias, incluindo Ikea, Bayer, Unilever, Nestlé e Natura, pede resultados concretos da COP28, que começa em pouco mais de um mês

Coalizão empresarial de US$ 1 tri pede plano para acabar com fósseis
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Mais de 130 empresas assinaram uma carta aberta em que demandam que os líderes de governos firmem na COP28 um acordo para definir um abandono progressivo do uso de combustíveis fósseis.  

Juntas, as companhias representam US$ 987 bilhões em receita anual. Nomes de peso estão na lista, como Ikea, Bayer, Iberdrola, Unilever, Nestlé, Volvo e a brasileira Natura.

Elas demandam que os países ricos concluam a transição para fontes limpas de energia até 2035, além de financiamento para que o mundo em desenvolvimento possam abandonar a queima de fósseis até 2040.  

“Nossos negócios estão sentindo os impactos e os custos do aumento dos fenômenos meteorológicos extremos resultantes das alterações climáticas. Reconhecemos a necessidade de fazer uma transição de uma forma que proteja a nossa futura prosperidade coletiva num planeta habitável”, diz o documento publicado hoje pela coalizão empresarial We Mean Business.

Muitas empresas vêm assumindo compromissos voluntários para reduzir seu impacto climático, mas instituições financeiras e governos têm “papel crucial” na aceleração da transição, afirma a carta. 

As companhias também cobram que produtores de combustíveis fósseis apresentem suas metas net zero publicamente e trabalhem para alcançar a neutralidade de emissões. 

Aos governos, os pedidos são para que definam metas e planos para eliminação ainda esta década dos chamados combustíveis fósseis cujas emissões de gases de efeito estufa “não-abatidas”, ou seja, que não são reduzidas substancialmente ou capturadas e sequestradas.

Não há um consenso sobre a definição dessas emissões “não-abatidas”. Os críticos da ideia afirmam que as tecnologias de captura de carbono ainda não têm escala e seriam apenas uma maneira para que grandes poluidores continuem produzindo combustíveis fósseis. 

A carta vem poucos dias depois da Comissão Europeia concordar que o bloco irá pressionar para o primeiro acordo mundial para que os governos se desfaçam, de forma gradual, do uso de combustíveis fósseis. 

A escolha minuciosa das palavras deve ocupar parte dos debates da COP28, que contará com forte presença do lobby do petróleo. A Conferência do Clima da ONU acontece entre 30 de novembro e 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, um dos maiores produtores do óleo do mundo. 

Confira todas as empresas signatárias da carta recém-publicada aqui