A União Europeia promete investir € 2 bilhões para desenvolver a economia do hidrogênio verde no Brasil. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyden, depois de reunir-se com o presidente Lula em Brasília.
“Nós europeus definimos a meta de importar 10 milhões de toneladas por ano de hidrogênio renovável em 2030”, afirmou von de Leyden. “Estamos interessados num parceiro confiável, para o longo prazo. Vamos trabalhar juntos nisso.”
O investimento faz parte do programa Global Gateway, uma iniciativa da União Europeia lançada em 2021 com o objetivo de mobilizar € 300 bilhões até 2027 para projetos sustentáveis de infraestrutura ao redor do mundo.
Não foram anunciados detalhes do aporte de recursos. Em discurso, Von der Leyden afirmou que o objetivo é incentivar toda a cadeia de valor do hidrogênio verde, “da produção de eletricidade renovável e sua conversão em hidrogênio limpo à produção de aço verde e à infraestrutura [de exportação]”.
O hidrogênio verde é considerado uma das chaves para que setores muito poluentes como siderurgia e transporte marítimo possam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
Países com alto potencial de produção de energia renovável, o insumo essencial do hidrogênio verde, são os candidatos naturais para criar uma nova indústria exportadora.
O Brasil é um deles. Vários grupos nacionais e internacionais estão realizando estudos para erguer plantas voltadas para o mercado externo, mas ainda não houve anúncio definitivo de investimento nos projetos de maior porte.
A expectativa é que haja demanda mundial pelo hidrogênio produzido com energia limpa, mas os europeus têm urgência em desenvolver esse mercado para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados da Rússia.
O governo brasileiro também tem a intenção de utilizar o hidrogênio na descarbonização da economia brasileira e promover a chamada “neoindustrialização” do país.
Fundo Amazônia
Ursula von der Leyden também anunciou uma doação do bloco para o Fundo Amazônia de € 20 milhões, um valor que pode ser complementado por aportes individuais dos países.
Além disso, ela afirmou, também sem detalhar, que a UE pretende apoiar com € 430 milhões o combate ao desmatamento e as práticas sustentáveis na região amazônica.
A floresta é um “aliado chave” na luta contra o aquecimento global, disse Von der Leyden.