As empresas brasileiras aproveitaram a reabertura da janela externa de dívida para captar com emissões ligadas a metas de sustentabilidade.
Suzano e Movida, que já haviam feito emissões deste tipo, voltaram a acessar hoje o mercado com sustainability-linked bonds (SLB).
A fabricante de papel e celulose fechou uma emissão de US$ 500 milhões, com vencimento em sete anos, com um yield de 2,70% ao ano, segundo apurou o Reset.
Os indicadores que podem disparar um custo adicional para a dívida são os mesmos que foram utilizados na segunda emissão de SLBs da companhia, de US$ 1 bilhão, feita em junho: metas de diversidade de gênero na liderança e redução de consumo de água nas operações.
A diferença é que a operação fechada há três meses tinha prazo mais longo, de 10 anos, e o yield ficou em 3,1% ao ano. Para cada uma das metas não cumpridas, a empresa paga 0,125 ponto percentual a mais de juros.
A Movida, de aluguel de carros, por sua vez, aproveitou a nova janela para reabrir uma captação de SLBs com vencimento em 2031. A companhia buscava algo entre US$ 250 milhões e US$ 350 milhões e acabou fechando a operação em US$ 300 milhões, com yield de 5,25% — a mesma da operação original, fechada em janeiro deste ano, de US$ 500 milhões.
A Movida se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito-estufa e, se não cumprir o acordado, pagará uma sobretaxa de 25 bps a partir de 2026. A meta inclui os escopos 1 e 2, referentes ao que é produzido na operação, e engloba também o escopo 3, de gases gerados pelos clientes ao usar os veículos alugados.
Tecla SAP
Nos green e social bonds, os recursos captados com emissões de dívida são “carimbados”, isto é, têm que ser voltados para projetos com benefícios sociais ou ambientais.
Já os SLBs, que se popularizaram mais recentemente, o uso dos recursos é livre, mas os juros são atrelados a metas de sustentabilidade. Se não cumpri-las, a empresa sofre uma penalidade no pagamento de juros.