Itaú promete cortar pela metade as emissões de CO2 da carteira de crédito até 2030

Banco aderiu à Net-Zero Banking Alliance, que já mobiliza 25% dos ativos bancários globais, e da qual o Bradesco também faz parte

Itaú promete cortar pela metade as emissões de CO2 da carteira de crédito até 2030
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O Itaú acaba de se comprometer em cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa associadas à sua carteira de crédito e demais operações com clientes até 2030 e se tornar carbono neutro até 2050.

O banco aderiu à Net-Zero Banking Alliance (NZBA), acordo mundial liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e lançado em abril que já reúne 25% dos ativos bancários globais com o objetivo de financiar a transição para uma economia de baixo carbono, alinhada ao Acordo de Paris.

No total, são 59 bancos de 29 países, com US$ 39 trilhões em ativos e até agora o único grande banco privado brasileiro a integrar a aliança era o Bradesco, que aderiu em junho. O Santander Brasil faz parte do acordo por conta da adesão da matriz espanhola.

Atualmente, o Itaú já é neutro em suas operações diretas — o que inclui agências, data centers e viagens a negócios etc —  e também na compra de energia. Mas o verdadeiro desafio no caso dos bancos é alcançar a neutralidade no portfólio de crédito e demais operações.

Para ‘limpar’ a carteira de negócios é preciso reduzir a exposição a setores intensivos em carbono e, na visão do banco, principalmente ajudar os clientes financiando sua transição.

Segundo comunicado divulgado hoje, o Itaú pretende validar suas metas de redução de emissões junto ao SBTi (Science Based Target Initiative), iniciativa que aplica critérios científicos para assegurar que os planos das empresas de fato são condizentes com o esforço de manter a elevação da temperatura média global abaixo de 1,5ºC até o fim do século.

Em entrevista em junho, a superintendente de sustentabilidade do Itaú, Luciana Nicola, disse que o banco estava mapeando as emissões de gases de efeito estufa dos setores mais carbono intensivos de sua carteira de crédito.

“Queremos entender qual a distância dessas emissões para termos um alinhamento [do portfólio] com o Acordo de Paris. E vamos trabalhar com os clientes não só para ter reportes das emissões deles, mas para saber quais são os planos de adequação”, disse.