O Pátria Investimentos lançou seu mais novo fundo de investimentos com foco em pequenos e médios projetos de infraestrutura. O novo veículo chega com um grupo de peso como investidor-âncora: o BNDES aportou R$ 500 milhões, o International Finance Corporation (IFC), ligado ao Banco Mundial, investiu R$ 780 mi e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), R$ 125 mi.
Um fundo de pensão e o próprio Pátria também entraram no fundo. De início, o veículo já soma R$ 1,5 bilhão em compromissos de capital.
Com uma tese ampla para infraestrutura, o Pátria Infra Crédito FIDC, como foi batizado, engloba os setores de energia, saneamento, logística e transporte, mobilidade urbana e telecomunicações.
Sócio e responsável pela área de energia do Pátria, Marcelo Souza destaca as áreas de energia renovável, transição energética, mobilidade urbana e infraestrutura de dados. “É difícil falar em foco porque podemos fazer tudo em infraestrutura, mas acreditamos que são nessas áreas que estarão os projetos de pequeno e médio porte”, diz ao Reset.
A alocação prioritária em setores que são alvos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal no ano passado, foi determinante para a decisão do BNDESPar, braço do BNDES para atuação em mercado de capitais, de entrar no fundo, disse a diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do Banco, Natália Dias, em nota.
“O investimento no Pátria Infra Crédito FIDC tem potencial de ampliar ainda mais a atuação do BNDES no financiamento ao setor, em especial, no apoio a pequenos e médios projetos que apresentam maior dificuldade de acesso a estruturas tradicionais de financiamento e ao mercado de capitais.”
O novo fundo deve começar a alocar R$ 1 bi já neste ano, com prazo de três anos.
“No tamanho atual, acreditamos que o fundo terá de 10 a 15 projetos, com transações entre R$ 65 mi e R$ 100 mi”, afirma Souza. “Esperamos chegar a R$ 5 bi ao longo dos próximos dois ou três anos.”
Os projetos já começaram a ser mapeados, mas ainda não há previsão do primeiro investimento do veículo, diz o executivo.
O foco seguirá em investidores institucionais, que têm perfil de longo prazo, e a expectativa de retorno é de IPCA + 10% líquido para o investidor.
A carteira do fundo deve ser composta principalmente por debêntures, sejam elas incentivadas, novas debêntures de infraestrutura ou mesmo as convencionais.
O lançamento do veículo reforça o movimento recente de investimentos em infraestrutura em direção à economia de baixo carbono. No mês passado, a BlackRock comprou a Global Infrastructure Partners (GIP), uma das maiores gestoras de ativos em infraestrutura do mundo, por cerca de US$ 12,5 bilhões.