Brookfield capta US$ 10 bilhões em fundo de descarbonização dos negócios

Veículo de gestora canadense faz investimentos em energia limpa e transformação de modelos intensivos em carbono

Brookfield capta US$ 10 bilhões em fundo de descarbonização dos negócios
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Uma das maiores investidoras de infraestrutura no mundo, a gestora canadense Brookfield Asset Management anunciou nesta segunda-feira que conseguiu levantar US$ 10 bilhões no primeiro fechamento da captação de seu segundo fundo focado em transição energética, o Global Transition Fund II.

Lançado no ano passado, o veículo dá sequência a um primeiro fundo também dedicado a investimentos de transição energética, que captou US$ 15 bilhões no total e teve a captação encerrada em julho de 2022.

A expectativa da Brookfield é superar essa cifra no segundo fundo, que, assim como o primeiro, é co-gerido pelo ex-presidente dos bancos centrais do Canadá e do Reino Unido, Mark Carney, uma das principais lideranças globais em finanças sustentáveis.

Os dois veículos da gestora canadense miram investimentos em energia limpa, na transformação dos modelos de negócio de companhias de setores intensivos em carbono e na aceleração de soluções sustentáveis. 

A carteira inicial já está quase integralmente investida ou comprometida, com negócios abrangendo energia renovável, transformação de negócios, captura e armazenamento de carbono, gás natural renovável e oportunidades de serviços nucleares. Segundo a gestora, o fundo está no caminho para alcançar emissões evitadas que excedam as emissões anuais combinadas da cidade de Nova Iorque, Londres e Toronto.

“Demonstramos sem sombra de dúvida a amplitude e a escala de oportunidades de investimento atraentes na transição para uma economia net zero”, afirmou Mark Carney, que é chairman e líder da área de investimentos em transição da Brookfield, em comunicado à imprensa.

A gestora prevê que a captação do fundo se encerre no terceiro trimestre deste ano.

O anúncio da Brookfield vem na esteira de outros movimentos que apostam na tese de investimentos que combinem infraestrutura e descarbonização da economia.

Em janeiro, a BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, adquiriu a Global Infrastructure Partners (GIP), uma das maiores gestoras de ativos em infraestrutura, por cerca de US$ 12,5 bilhões.

“Nós acreditamos que os próximos dez anos serão muito sobre infraestrutura”, definiu Larry Fink, CEO da BlackRock. Segundo a casa, a necessidade de descarbonização é uma das três macrotendências globais que vão orientar uma nova era da infraestrutura.