Mineradoras prometem interromper perda de biodiversidade até 2030

Compromisso anunciado em Davos inclui também proteção de áreas protegidas; Vale é uma das signatárias

Mineradoras prometem interromper perda de biodiversidade até 2030
A A
A A

Um grupo com as maiores mineradoras do mundo se comprometeram com ações para a proteção da natureza até 2030, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) conta com 24 membros, representando um terço da indústria global. A brasileira Vale é uma das signatárias. 

O documento, publicado ontem, conta com cinco compromissos a serem trabalhados nos próximos anos. 

O ponto de destaque é a meta das mineradoras de interromper a perda de diversidade biológica em suas ações. Até 2030, o objetivo é garantir que, ao se fechar uma mina, não haja perda líquida de biodiversidade em relação a 2020.

As empresas também reafirmaram o compromisso de não explorar locais considerados patrimônio cultural e respeitar áreas de proteção ambiental, estabelecido em 2003 e 2018. 

Ainda, comprometeram-se a desenvolver iniciativas para interromper e reverter a perda de biodiversidade que ocorre ao longo de sua cadeia de suprimento e distribuição; restaurar e aprimorar paisagens nos arredores das operações, com comunidades locais e tradicionais; e mudar sistemas fundamentais que contribuam para a perda da natureza. 

“Este compromisso é um marco crucial para toda a indústria, pois temos visto nos últimos anos que o clima e a natureza representam uma questão chave e não podem ser abordados separadamente. Contribuir para um futuro nature positive não é apenas uma boa prática, mas também uma estratégia de negócio, e está relacionado com a sobrevivência a longo prazo do nosso planeta e dos nossos negócios”, disse o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, em nota. 

A Vale e a biodiversidade

Gigante brasileira, a Vale registrou 4.175 espécies em hábitats impactados por suas operações ou próximos a elas, em 2022. Dessas, 78 são consideradas ameaçadas, informa a companhia. 

A maior parte de suas unidades operacionais, 88,7%, precisam de um plano de gestão de biodiversidade por conta dos “impactos significativos”, de acordo com a empresa. Cerca de 80% já têm esses planos implementados e o restante está sendo planejado. 

No fim do ano passado, Instituto Tecnológico Vale (ITV) anunciou uma parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) para o que prometem ser o maior sequenciamento genético da fauna e flora brasileira já realizado. 

Batizado de Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), o projeto vai produzir 5 mil genomas de espécies da biodiversidade brasileira.