(Esse texto foi publicado em primeira mão na newsletter Carbono Zero. Inscreva-se aqui.)
Um novo conjunto de regras em discussão na União Europeia quer botar ordem na bagunça dos rótulos de benefícios ambientais, como “carbono neutro” e “100% reciclado”, na indústria de bens de consumo.
Referência no mundo quando o assunto é regulação climática, o bloco quer evitar o greenwashing e permitir que os consumidores tomem decisões mais conscientes.
Voltada para itens tão comuns quanto peças de roupa, alimentos, bebidas e passagens de avião, a regulação exige que qualquer alegação ambiental seja corroborada por dados científicos “de alta qualidade” e verificada por uma terceira parte.
Ainda há pouca clareza sobre a implementação na prática. Mas um ponto ficou estabelecido: alegar que o produto é carbono neutro apenas com a compra de créditos de carbono não vai colar.
Qualquer rótulo do tipo vai precisar especificar a quantidade de offsets usada e considerar todo o ciclo de vida do produto.
Mais da metade das alegações de benefícios ambientais e climáticos de produtos na região eram falsas, imprecisas ou enganosas, mostrou um estudo encomendado pela Comissão Europeia, braço executivo do bloco.
O texto, ainda em rascunho, precisa passar pelo Parlamento Europeu e ser aprovado pelos 27 países-membros para entrar em vigor.
Mas quem não cumprir pode sofrer penalidades que vão desde a retirada dos produtos das prateleiras até multas que podem chegar a 4% da receita da empresa no país onde a regra foi infringida.
Será que a moda pega no Brasil?