As prateleiras do mundo inteiro estão cheias de produtos com etiquetas feitas de papel reciclado prometendo produtos “eco”, “amigos do ambiente” ou “naturais”.
Na União Europeia, essas afirmações terão de corresponder à realidade. Na última quinta-feira, dia 11, o Parlamento Europeu aprovou um conjunto de regras preliminares para garantir que o consumidor faça escolhas sustentáveis com a certeza de que não está sendo enganado.
Para anunciar características ‘verdes’, as empresas terão de fornecer evidências detalhadas e especificar se elas se aplicam ao produto todo ou só a uma parte dele, por exemplo. Uma possibilidade em estudo é o reconhecimento oficial de algumas certificações.
Dizer que algo é carbono neutro só com base na compensação via créditos de carbono também não será mais permitido.
“O objetivo desta proposta é reforçar o combate ao greenwashing, proibindo práticas que induzam o consumidor a erro a respeito da sustentabilidade dos produtos”, afirmou Didier Reynders, comissário de Justiça da UE, na sessão em que a proposta foi aprovada.
O pacote também inclui medidas destinadas a prolongar a vida útil de certos produtos, evitando descartes desnecessários. Impressoras, por exemplo, devem ser compatíveis com cartuchos de tinta de outros fabricantes; idem para carregadores e telefones celulares.
Aparelhos eletrônicos que exigem reparos complicados devem ser acompanhados de alertas sobre essas restrições. As condições da garantia – incluindo possíveis extensões – devem ser claramente comunicadas.
O objetivo é melhorar a qualidade da informação disponível para os consumidores e também incentivar as empresas a se concentrar na durabilidade de seus produtos.
A proposta foi aprovada por maioria esmagadora: 544 eurodeputados votaram a favor, 18 foram contra e 17 se abstiveram. Os passos seguintes são a finalização da regulamentação e a posterior aprovação pelos 27 países-membros.