Fábio Barbosa assume comando da Natura &Co

Num momento de perda de receita e tombo na bolsa, o ex-presidente da Febraban e do Banco Santander assume lugar de Roberto Marques

Fábio Barbosa assume comando da Natura &Co
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A Natura & Co acaba de comunicar ao mercado uma reorganização em seu comando que coloca Fábio Barbosa como CEO da holding no lugar de Roberto Marques, que liderou o grupo nos últimos seis anos.

A chegada de Barbosa acontece junto de uma reorganização da holding, para simplificar as estruturas, que têm muitas sobreposições após a sequência de aquisições feitas pelo grupo, que hoje tem quatro grandes marcas e unidades de negócios: Natura, Avon, Aesop e The Body Shop

A mudança acontece num momento de forte queda de receita do grupo e tombo de suas ações na bolsa.

Ex-presidente da Febraban e dos bancos Real e Santander, Barbosa chega aquecido ao posto, uma vez que tinha assento no conselho de administração do grupo há cinco anos. Além da forte experiência executiva e em conselhos, ele é também uma referência e precursor em sustentabilidade no mercado brasileiro.  

No comunicado ao mercado, Barbosa diz que “as quatro unidades de negócios serão apoiadas por uma nova e leve estrutura corporativa, que será implementada nos próximos meses”.

O cargo de chairman executivo do conselho da holding que era acumulado por Marques deixará de existir e, segundo comunicado ao mercado, o executivo manterá um assento para um período de transição.

Mesmo antes da queda da bolsa, as ações da Natura já vinham sofrendo: acumulam queda de 75% nos últimos doze meses. 

Em meio a um ambiente macro mais complicado, e com desafios de integração da aquisição da Avon, a companhia tem reportado queda nas receitas nas principais linhas de negócios. No primeiro trimestre, o faturamento líquido caiu 12,7%. 

Outra crítica diz respeito à comunicação da Natura com o mercado. Em novembro, os papéis caíram 20% num dia depois da divulgação dos resultados do terceiro trimestre. 

Em abril, houve outro tombo de 15% antes da apresentação do balanço dos três primeiros meses do ano, depois que a companhia encontrou com analistas das corretoras dos bancos para alinhar as expectativas em relação ao balanço que estava por vir – o que provocou críticas sobre a isonomia da comunicação com gestores e outros participantes do mercado.