Prosper capta R$ 1,5 mi para educação tech com diversidade

Spin-off de uma empresa de recrutamento, startup forma funcionários para um dos departamentos de maior demanda das empresas

Prosper capta R$ 1,5 mi para educação tech com diversidade
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A Prosper Tech Talents quer ajudar solucionar a escassez de profissionais qualificados na área de tecnologia das empresas e oferecer capacitação contínua, do nível junior ao sênior, em linha com a demanda corporativa. Para democratizar e dar escala a seu serviço, a startup acaba de captar R$ 1,5 milhão e estreia um novo modelo de negócio. 

Os líderes da rodada, que ficou aberta de abril a julho, foram os veículos de investimento de impacto Din4mo Ventures e 2.5 Ventures. O Gran Capital, um fundo familiar, e investidores-anjo também participaram. 

A startup é um spin-off da Share People, que presta serviços de recrutamento e seleção. “Começamos a perceber o desafio crescente de preencher posições em tecnologia por falta de mão-de-obra qualificada e, ao mesmo tempo, uma frustração por parte das empresas pela vontade de ampliar a diversidade dos seus times”, diz Luiz Eduardo Drouet, fundador da Prosper.

Fundada em 2021, a edtech atende as companhias em duas frentes: capacitação de novos profissionais para recrutamento e atualização dos funcionários.

Na primeira delas, a Prosper identifica candidatos que já tenham alguma expertise na área requisitada e complementa com a formação necessária. A contratação não é garantida, mas as aulas são todas pagas pela empresa, diz o fundador.

Com os princípios de diversidade em mente, a startup já realizou programas específicos voltados para pessoas com deficiência, comunidade LGBT, mulheres e negros. 

O segundo serviço é a aprimoração das habilidades das equipes de tecnologia que já estão na empresa. O trabalho é voltado principalmente para desenvolvedores e engenheiros de software.

A Prosper fez um programa de formação para mulheres pretas na AbInbev. Vinte das participantes do Tech Afro Pretas foram contratadas. “Depois, eles nos contrataram para fazer o desenvolvimento das habilidades dessas mulheres e de outras pessoas de grupos subrepresentados dentro da companhia”, diz Drouet. 

Em dois anos de atuação, a empresa formou mais de 1.700 pessoas e colcoou cerca de 450 alunos em mais de 60 empresas. Os bancos BTG, Citi, BNP e Itaú, a McKinsey & Company, Suzano e Oi estão entre os clientes. 

Novo modelo

Com o aporte, a Prosper vai desenvolver uma plataforma com toda a jornada de aprendizado. O pagamento, que era feito por pacotes, passa a ser feito por mensalidade e por usuário – sempre no modelo B2B. 

O treinamento dura cerca de quatro semanas e é adaptado ao conhecimento de cada usuário e às demandas específicas de cada contratante. 

“Pensando em flexibilidade, mas também engajamento, vamos trabalhar com conteúdo assíncrono, mentorias individuais e em grupo e desafios de cases”, afirma Drouet.

A expectativa é que o novo modelo amplie a escala do negócio, que já concluiu 77 turmas. 

A Prosper também quer incentivar uma espécie de “repescagem”, para dar uma segunda chance aos candidatos que passaram pelo treinamento, mas acabaram não sendo selecionados. 

“Muita gente boa que fica pelo caminho”, diz Drouet. “Os experimentos que fizemos, infelizmente, comprovaram aquilo que já imaginávamos: pessoas de grupos subrepresentados são reprovadas por lacunas técnicas. A repescagem é fundamental para ajudar essas empresas a ampliar a diversidade das subcontratações.”

Dos treinamentos realizados até hoje, 60% dos candidatos são mulheres, LGBTs, não-brancos ou têm deficiência, diz a Prosper. A startup não disponibiliza informações sobre cada minoria social. 

A estimativa da startup é que o salário das pessoas formadas pelo programa mais que dobre, de R$ 2,7 mil para R$ 5,6 mil.