A Unipar tem uma meta ambiciosa: dobrar de tamanho em dez anos. Para chegar a uma expansão dessa magnitude, a empresa entendeu que seguir crescendo no seu atual foco de mercado – cloro, soda e PVC não será suficiente.
Será preciso focar também no desenvolvimento de soluções inovadoras tanto para ampliar as atuais parcerias de negócios quanto para conquistar novos clientes sem perder de vista as questões de impacto social e ambiental.
As áreas mapeadas pela Unipar vão desde a participação no mercado de lítio a novas aplicações na construção civil.
Em seu mais recente relatório de sustentabilidade, a petroquímica conta que está mapeando na Argentina como participar do mercado de lítio, mineral amplamente utilizado na produção de veículos elétricos. Sua extração demanda o uso de cloro e soda, principais produtos do seu portfólio.
Em processo mais avançado está o desenvolvimento, em parceria com três universidades (USP, UFRJ e UFSCar) e com o Senai Sertãozinho (SP), de um projeto piloto para substituir o uso do ácido sulfúrico pelo ácido clorídrico no processo de fermentação na produção de uma usina de açúcar e álcool.
Em um cenário de aumento significativo de preço e de redução da disponibilidade de ácido sulfúrico no mercado, essa solução tem se mostrado uma alternativa viável e sustentável.
De acordo com a Unipar, a produção piloto na usina está sendo monitorada e os testes realizados ao longo do ano passado não demonstraram nenhum ponto negativo em comparação ao uso do ácido sulfúrico.
A empresa espera que os resultados positivos aumentem a confiança do mercado nessa aplicação para o ácido clorídrico.
Há ainda a aposta no PVC como uma alternativa sustentável para enfrentar o déficit habitacional. A ideia é utilizar o que se chama de concreto PVC como sistema para construção de edificações. A empresa constrói paredes feitas de perfis vazados de PVC. Esses perfis são então preenchidos por concreto.
A Unipar conta que o concreto PVC tem as seguintes vantagens em relação à alvenaria tradicional: processo mais rápido, exige menor consumo de água e energia elétrica, os perfis podem ser reciclados e os resíduos gerados na sua fabricação são reaproveitados.
A empresa já trabalha no desenvolvimento de negócios para atender uma demanda que deve crescer em breve já que, em março deste ano, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou uma norma que estabelece os requisitos e procedimentos necessários para esse tipo de construção.
Transição energética: impacto e custos reduzidos
Enquanto explora essas novas possibilidades, a petroquímica vem se preparando para combinar um crescimento expressivo com o menor impacto ambiental possível.
A empresa inaugurou no começo de outubro o complexo eólico Tucano. O parque, instalado nas cidades de Tucano, Biritinga e Araci, na Bahia, tem capacidade para produzir 322MW de energia.
O projeto é uma joint venture com a AES Brasil e o primeiro complexo eólico a ter operação e manutenção com uma equipe formada 100% por mulheres.
Tucano contribuirá para evitar a emissão anual de 57,6 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE). Na Bahia, a AES Brasil já opera desde 2017 o Complexo Eólico Alto Sertão II.
Há ainda outra parceria estabelecida com a AES Brasil para a construção de outro parque eólico no Rio Grande do Norte.
Em abril de 2023, o Complexo Lar do Sol obteve a certificação para sua entrada em operação comercial definitiva, através de despacho da Aneel. Com a assinatura de uma PPA adicional, passou a fornecer energia renovável por autoprodução para a fábrica de Cubatão.
Já o Complexo Eólico Cajuína começou a operar em fase de testes em agosto de 2023. Juntos, os três empreendimentos terão capacidade instalada de 485 mw de energia elétrica, dos quais 149 mw serão para consumo nas plantas da Unipar.
Investir na autoprodução de energia renovável é essencial para reduzir riscos de abastecimento e também custos – a projeção é de uma diminuição entre 20% e 30% dos gastos com energia elétrica devido à isenção de encargos.
Atualmente, 36% da energia utilizada por suas indústrias são provenientes de geração renovável. A meta é que, até 2025, 100% da energia seja renovável, sendo 80% fruto de autoprodução.
Quando se olha a Unipar global, que inclui as unidades na Argentina – sede administrativa em Buenos Aires e a fábrica em Bahía Blanca – , a meta da companhia é alcançar 60% de energia oriunda de fontes renováveis até 2030.
“No Brasil, a geração de energia por meio de fontes renováveis está em um patamar mais evoluído, por isso as metas são distintas, mas confluem para níveis altos de autoprodução e segurança energética e climática”, diz Suzana Santos, head de comunicação e sustentabilidade.
Novas tecnologias para chegar ao net zero
No longo prazo, a Unipar se comprometeu a zerar as emissões líquidas até 2050, sendo que o objetivo de curto prazo é reduzir em 10% as emissões de CO2 nos escopos 1 e 2 (emissões diretas das atividades da companhia) até 2025.
Além da autoprodução de energia renovável, a companhia aposta na atualização de tecnologias fabris para se tornar net zero.
O plano de expansão da fábrica de Santo André, que recebeu R$ 100 milhões em investimentos e está entrando em operação neste segundo semestre, contempla uma nova tecnologia que consumirá 18% a menos de energia.
É um equipamento que, por meio de eletrólise, faz a quebra das moléculas de sal e água em cloro, hidrogênio e soda cáustica.
Além disso, o forno escolhido para essa planta produz vapor. Sem a necessidade de produção própria de vapor, será possível reduzir em cerca de 2 mil toneladas de CO2 as emissões. Já o consumo de água cairá pela metade.
Segundo Santos, estes são exemplos de como a Unipar está se preparando para alcançar seu objetivo de dobrar o tamanho com impacto social e ambiental positivos.
“Neste primeiro ano desde que lançamos os compromissos públicos de sustentabilidade, registramos avanços consistentes, que estão em linha com a trajetória que a empresa busca para garantir a perenidade e expandir ainda mais a sua atuação”, afirma a executiva.
Saneamento básico e estratégico
O crescimento dos projetos de saneamento básico em todo o país, a partir da aprovação do novo marco legal (Lei Nº 14.026/20), tem ajudado a Unipar a expandir sua produção ao mesmo tempo em que lhe permite contribuir ativamente para uma melhor qualidade de vida dos brasileiros.
As metas de universalização dos serviços de água e esgoto preveem, até 2033, o acesso de 99% da população à água potável e de 90% à coleta e tratamento de esgoto.
Está prevista a instalação de cerca de 410 mil quilômetros de redes de água e esgoto por todo território nacional, o que equivale a 54 vezes o tamanho do litoral brasileiro.
Praticamente um terço da produção da Unipar é direcionada para o setor – cloro e soda cáustica, por exemplo, são utilizados no tratamento da água. O PVC é indispensável na produção de tubos e conexões para água e esgoto.
A meta de universalização do saneamento também colocou esse tema no centro da estratégia de investimento social privado da Unipar.
De acordo com Suzana Santos, head de Comunicação e Sustentabilidade da empresa, dois temas – saneamento e desenvolvimento humano – serão os pilares da política de investimento social nos próximos dez anos.
Sobre a marca:
A Unipar é líder na produção de cloro e soda e a segunda maior produtora de PVC na América do Sul. Fornece matérias-primas que formam a base de todas as indústrias.