UM CONTEÚDO MÃOS PRO FUTURO

Programa de logística reversa recuperou 200 mil toneladas de embalagens em 2024

Pioneiro no país, Mãos Pro Futuro calcula pela primeira vez as emissões de GEE evitadas com sua atuação

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Programa de logística reversa recuperou 200 mil toneladas de embalagens em 2024

O Mãos Pro Futuro, programa pioneiro de logística reversa no Brasil, recuperou em 2024 cerca de 200 mil toneladas de embalagem pós-consumo, o equivalente a 32,6% da quantidade total de embalagens colocadas no mercado em 2023. Foi um aumento de 20%, comparado ao ano anterior. 

Os números foram divulgados recentemente no relatório anual de atividades do programa, mantido pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) em parceria com outros quatro setores, a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), a ABIPLA (Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Afins), a Abrafati (Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas) e a Abióptica (Associação Brasileira das Indústrias Ópticas). 

Com cerca de 220 empresas aderentes, o Mãos Pro Futuro recuperou, desde sua criação, em 2006, mais de 1,3 milhão de toneladas de embalagens. Durante essas quase duas décadas, ele manteve sua essência – “entregar logística reversa com rastreabilidade, impacto social mensurável e alinhamento ao que realmente importa para o setor empresarial comprometido com sustentabilidade real”, segundo Luiz Carlos Dutra, presidente executivo da ABIHPEC.

Grandes empresas brasileiras e multinacionais fazem parte do programa, entre Natura, Grupo Boticário, P&G, Unilever, Bombril, Bauducco, Mondelez, Wickbold e Sherwin-Williams. “Enfrentar a poluição plástica é uma responsabilidade coletiva. Iniciativas como o Mãos Pro Futuro demonstram como é possível unir esforços e investimentos para ampliar a capilaridade, a escala e a eficácia da logística reversa”, diz Juliana Marra, diretora de sustentabilidade e relações institucionais da Unilever.

Descarbonização pela logística reversa

Em 2024, o Mãos Pro Futuro fez pela primeira vez o cálculo das emissões de gases de efeito estufa evitadas pela logística reversa estruturante do programa. Foi usada uma metodologia com parâmetros do GHG Protocol e ISO 14067:2018 , que abrange GEE, pegada de carbono nos produtos e requisitos e diretrizes para quantificação das emissões. 

No ano passado, 706 mil toneladas de emissões de CO2 foram evitadas por conta da atuação do programa – desde 2013, foram cerca 4,5 milhões de toneladas.

Também em 2024, foi iniciado o Monitoramento de Eventos Climáticos Extremos em 14 cooperativas parceiras do programa, distribuídas em seis estados. O acompanhamento, realizado em parceria com a Wiego (Women in Informal Employment: Globalizing and Organizing), organização global de apoio a mulheres em trabalhos informais, avalia potenciais impactos gerados pelas mudanças climáticas em organizações de catadores.

O objetivo é identificar como estes eventos afetam os espaços e condições de trabalho dos catadores e quais estratégias de enfrentamento podem ser desenvolvidas para a adaptação a esses eventos. 

Mais renda para catadores

No ano passado, foram investidos R$ 21 milhões na base operacional do programa. Cerca de 50% deste valor foram transferidos diretamente às 199 cooperativas e associações de catadores parceiras. Foram cerca de 5.500 profissionais da reciclagem diretamente beneficiados, em 174 municípios brasileiros.

Estes profissionais são a base da abordagem estruturante adotada pelo programa desde sua origem, antecipando critérios atualmente definidos no Decreto nº 11.413, de 2023. “É possível desenvolver soluções que beneficiem tanto o meio ambiente quanto as pessoas”, diz Marra, da Unilever. “Investindo em infraestrutura e capacitação, e por meio da colaboração setorial, conseguimos ampliar a reciclagem de embalagens plásticas, ao mesmo tempo em que promovemos a geração de renda e a melhoria das condições de trabalho.” 

As cooperativas parceiras do programa geraram R$ 114 milhões de receita bruta anual em 2024 com a comercialização de materiais, o que representa R$ 572 mil de receita bruta média anual por cooperativa e cerca de R$ 1700 de renda média mensal para cada catador parceiro. É um valor 20% acima do salário mínimo do país no período (R$ 1412). 

Além do aumento de renda, o programa melhorou a formação destes profissionais com cerca de 5 mil horas de capacitação, assessoria técnica e consultorias especializadas. 

“Fazemos parte do Mão Pro Futuro há mais de dez anos por acreditar que é um programa que dispõe de grande seriedade e compromisso com demandas sociais e ambientais, alinhado aos valores da M. Dias Branco”, diz Aricelma Ribeiro, gerente corporativa de meio ambiente da empresa, líder nacional em massas e biscoito e dona de marcas como Adria, Piraquê e Jasmine.

Fabrício Soler, advogado especializado em gerenciamento de resíduos e sócio fundador da S2F Partners, ressalta a posição do Mãos Pro Futuro como referência na estruturação do sistema de logística reversa de embalagens no país, especialmente pelo trabalho junto às cooperativas e associações de catadores. “Ele é realizado por meio de diagnósticos de oportunidades de melhoria, elaboração e implementação de plano de ação; investimentos financeiros para aprimoramento no processo produtivo de triagem; atividades de qualificação, assessoria técnica, monitoramento e avaliação de resultados; e investimentos em infraestrutura, equipamentos e na regularização e na formalização das organizações”, diz Soler. 

Para o advogado, a excelência do Mãos Pro Futuro pode ser comprovada por meio de seus pioneiros mecanismos de governança, com verificação de resultados, metodologia federalizada de atendimento a metas estaduais de reciclagem, auditorias de procedimentos e pela institucionalização de um comitê de acompanhamento da performance da logística reversa.