Com emissão de R$ 1 bi, Fleury transforma em meta acesso a classes C, D e E

O Fleury acaba de lançar uma emissão de R$ 1 bi em debêntures ESG, transformando em metas de acesso à saúde sua estratégia digital para ampliar seu escopo para as classes C, D e E. 

Os juros sobem se a companhia não conseguir atingir 1 milhão de clientes dessas classes na sua plataforma digital, chamada Saúde iD, até junho de 2026. Há uma meta intermediária de 250 mil clientes em junho de 2024. 

Além do componente social, a emissão tem uma outra meta ambiental: a redução na geração dos chamados resíduos biológicos, aqueles que incluem agulhas ou outros materiais potencialmente infectantes. 

O compromisso é reduzir a quantidade de resíduos por exame em 20,5% até 2025 frente aos patamares de 2019, com uma meta intermediária de 14% para o fim de 2023. 

A operação, coordenada pelo Bradesco BBI, vai testar o apetite do mercado brasileiro pelos chamados sustainability-linked bonds (SLB), que vem ganhando participação no mercado externo, mas ainda engatinham por aqui. É a primeira vez que uma empresa vai a mercado por aqui com uma meta social.

As debêntures serão emitidas em três séries. A primeira, de R$ 250 milhões, vence em quatro anos. As outras duas tranches, de R$ 375 milhões, têm vencimento em cinco e sete anos. 

Se as metas não forem cumpridas, haverá um prêmio de até 0,125 pontos percentuais ao ano na primeira série, 0,25 p.p. na segunda e 0,35 p.p. na terceira. 

Originalmente focado nas classes A e B, o Fleury lançou no ano passado o plano para tentar se tornar cada vez menos o laboratório da elite, por meio de um serviço de “saúde por assinatura”. 

Batizada de Saúde iD,  a plataforma dá ao cliente acesso a uma quantidade limitada de consultas por telemedicina, uma quantidade limitada de atendimentos de atenção primária, alguns exames e desconto em outros que não estão inclusos no pacote, por um valor fixo mensal.