Indicado para a presidência da COP29 fez carreira no petróleo

Ministro da Ecologia do Azerbaijão, sede da conferência deste ano, Mukhtar Babayev trabalhou mais de 20 anos na petroleira estatal

Vista de Bacu, capital do Azerbaijão
Vista de Bacu, capital do Azerbaijão
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A COP29 já tem presidente – e, como na edição do ano passado, a liderança vai caber a um nome ligado ao setor de petróleo e gás.

O indicado pelo Azerbaijão, país que vai sediar a conferência neste ano, é Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia e Recursos Naturais do país.

Babayev fez carreira na Socar, a petroleira estatal do país, onde trabalhou durante mais de duas décadas. Ele deixou a companhia em 2018 ao ser nomeado ministro pelo presidente Ilham Aliyev, que governa a ex-república soviética há 20 anos.

A escolha gerou paralelos imediatos com a indicação de Sultan Al Jaber para a presidência da COP28, que aconteceu no fim do ano passado, em Dubai. Al Jaber acumulou o papel com o cargo de CEO da Adnoc, a estatal de óleo e gás dos Emirados Árabes Unidos.

O executivo foi alvo de críticas durante todo o ano passado. As suspeitas de conflito de interesse chegaram ao auge durante a conferência, quando uma reportagem da BBC revelou que a Adnoc pretendia usar a COP para fazer negócios. Al Jaber negou as acusação de forma veemente.

Apesar da desconfiança por parte de ativistas e de alguns negociadores, Al Jaber foi capaz de entregar um acordo histórico, batizado de Consenso de Dubai, que pela primeira vez em 30 anos fez referência à necessidade de abandonar os combustíveis fósseis.

Sabe-se pouco sobre Babayev além de sua atuação, ainda nos tempos na estatal petroleira, trabalhando com remediações ambientais.

O presidente da conferência do clima é sempre indicado pelo país-sede e tem papel importante de mediação, especialmente nos momentos finais. Habilidades diplomáticas podem salvar COPs do fracasso.

O Azerbaijão, selecionado como anfitrião em uma decisão de última hora, é tido como uma parte pouco atuante nas negociações climáticas internacionais.

E, como os Emirados Árabes, o país é integrante da Opep, o cartel do petróleo. Cerca de dois terços do PIB azerbaidjano vem da exploração de combustíveis fósseis.