COP COLOSSAL – 1
Se gastar sola de sapato emitisse CO2, a COP28 teria um problema. A Expo City Dubai, onde acontece a conferência, tem cerca 28 mil metros quadrados. As negociações oficiais e os espaços reservados para os estandes de países e certas entidades e organizações da sociedade civil ocupam mais ou menos uns 30% dessa área. A sensação é de que tudo é muito longe, talvez por causa dos 30 graus e do sol constante.
COP COLOSSAL – 2
O lugar acomoda com folga os aguardados 70 mil participantes. Mas, além das distâncias, o layout da Expo City é um pouco incomum. Em vez grandes pavilhões ocupados por estandes, cada país ou organização tem um prédio próprio, ou então o divide com um ou dois outros inquilinos.
COP COLOSSAL – 3
Não dá para espiar do corredor se tem algo que valha a pena nem se guiar pela aglomeração. A chance de se deparar com apresentações interessantes por acaso é pequena. Encontros casuais, também. As ruas entre os edifícios são largas, e todos andam apressados para chegar ao próximo compromisso (ou ar-condicionado).
COP COLOSSAL – 4
Por outro lado, a COP funciona. Com exceção das filas neste primeiro dia de credenciamento, a organização é muito melhor que a do ano passado. Não falta água nem comida. O metrô para na porta da Expo City. Poucos reclamarão desses benefícios do dinheiro do petróleo.
LOGO SERÁ NOSSA VEZ – 1
O que nos leva a 2025, quando o Brasil deve receber a COP30 em Belém, no Pará. A cidade não comporta os 70 mil que devem passar pela conferência deste ano e provavelmente nem os 35 mil que estiveram no Egito ano passado. Isso sem mencionar a logística especial para os mais de cem chefes de Estado e de governo que dão as caras nos primeiros dias de COP.
LOGO SERÁ NOSSA VEZ – 2
O assunto chama cada vez mais atenção, e talvez as COPs tenham crescido demais, como escreve a colunista e veterana de negociações do clima Caroline Prolo. Mas os olhos do mundo estarão no Brasil. O trabalho de organizar a COP30 tem que começar ontem, assim como a liberação dos R$ 5 bi prometidos pelo BNDES para financiar a infraestrutura.