
O Banco Mundial confirmou que será o administrador e anfitrião interino do TFFF, o mecanismo de financiamento para proteção de florestas tropicais.
A decisão já era esperada e foi chancelada na reunião do conselho diretor do banco nesta terça-feira (21). O Banco Mundial vai “oferecer uma estrutura administrativa robusta, incluindo supervisão fiduciária e relatórios de transparência”.
A ideia é criar um fundo tradicional, com aportes de países e entidades patrocinadoras tomando uma porção maior do risco e atraindo investidores institucionais.
Fundo bilionário
A meta de captação é de US$ 25 bilhões com o primeiro grupo e outros US$ 100 bilhões com o segundo. O Brasil anunciou o primeiro investimento, de US$ 1 bilhão, há um mês.
A expectativa é que mais patrocinadores sejam nomeados no anúncio oficial do TFFF, que vai ocorrer durante a COP30. Alemanha, Noruega e Reino Unido devem fazer parte desse primeira leva.
Depois de retornado o capital a quem investiu, o TFFF teria um lucro para distribuir aos países beneficiários.
A estrutura operacional será responsável pelo processo de adesão desses países. Para integrar o TFFF, eles precisam atender a uma série de condições, entre elas controle do desmatamento e compromissos de governança e destinação dos recursos recebidos.
A ideia foi apresentada pelo Brasil na COP28, há dois anos, e desde então vem sendo desenvolvida com a participação das várias partes interessadas.
Um dos princípios básicos do TFFF é a simplicidade. A remuneração é baseada na comparação de imagens de satélite de um ano para outro. Para cada hectare de cobertura florestal mantido o país recebe US$ 4. Caso haja desmatamento, estão previstos descontos.
Estima-se que o fundo possa gerar US$ 4 bilhões por ano a serem distribuídos pelos beneficiários. O processo de adesão deve começar após o anúncio da COP.
Além do Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia devem entrar para o mecanismo. Os três detêm juntos dois terços das florestas tropicais do mundo.
Os países amazônicos da América Latina também manifestaram interesse em integrar o TFFF.
“A decisão de hoje do Banco Mundial transforma o TFFF de uma ideia em uma realidade plenamente operacional”, afirmou em nota Fernando Haddad, ministro da Fazenda.