O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de decretar a criação de uma secretaria extraordinária para a organização da COP30, que será sediada em Belém, em novembro de 2025.
Com a secretaria, o governo pretende fazer a coordenação, gestão de contratos, convênios e acordos, e articulação de políticas públicas para a realização do evento, atuando em conjunto com o governo do Pará e a prefeitura de Belém.
O órgão estará vinculado à Casa Civil e contará com 30 servidores e comissionados, que serão deslocados do Ministério de Gestão e Inovação. A pasta vai existir até junho de 2026.
De acordo com o site Metrópoles, o escolhido para comandar a nova estrutura foi o jornalista Valter Correia da Silva, diretor de Administração e Pessoas da Dataprev, empresa pública do governo.
A nomeação formal deve acontecer nos próximos dias, em publicação no Diário Oficial da União.
O anúncio veio logo após rumores de que o governo pensava em transferir parte dos eventos da COP para São Paulo e Rio de Janeiro, mas a criação da secretaria já estava prevista.
Segundo uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o governo pretendia agir após constatar as dificuldades de infraestrutura logística de Belém – principalmente a capacidade da rede hoteleira, que estaria bastante aquém da demanda esperada.
Hoje, Belém teria 14 mil leitos de hotel e, durante a COP, a demanda poderia passar de 100 mil leitos. De acordo com a Folha, o governo não acreditaria que a capital paraense pudesse dar conta dos visitantes esperados.
Na estrutura ventilada pelo governo, em Belém, ficariam eventos dos chefes de Estado e autoridades relevantes. A maior parte da conferência, tanto em duração como em número de participantes, seria direcionada para São Paulo e Rio.
Essa eventual separação, entretanto, traria consigo seus próprios desafios logísticos. E, embora o acesso às reuniões entre negociadores seja restrito, uma das ideias da conferência é que eles possam circular e interagir com representantes da sociedade civil, das empresas e das universidades presentes nas COPs.
No ano passado, em conversa com o Reset, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), citou, como saídas para o problema logístico, o retrofit da rede hoteleira existente, a criação de mais hotéis, e ainda a possibilidade de aluguel de imóveis particulares em plataformas como o Airbnb.
O governador também mencionou, na ocasião, que estaria conversando com o Executivo para uma agenda de investimentos federais mirando a COP.