Com o objetivo de atrair investimento estrangeiro em escala para financiar o Plano de Transformação Ecológica, o Ministério da Fazenda e o Banco Central anunciam na próxima segunda-feira um grande programa de proteção cambial.
A iniciativa, que já contava com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), conforme anunciado durante a COP28, agora também terá participação do Banco Mundial e do Reino Unido, apurou o Reset.
Inicialmente, o programa previa atingir até US$ 3,4 bilhões em operações de hedge cambial patrocinadas pelo BID. Mas a cifra deve crescer substancialmente com a entrada dos novos parceiros.
O risco cambial é apontado por especialistas como um dos principais obstáculos para tornar atrativos os retornos dos projetos verdes brasileiros.
Uma das premissas do sucesso do Plano de Transformação Ecológica é a mobilização de investimento estrangeiro direto para projetos de mitigação e adaptação climática, principalmente de longo prazo, uma vez que o governo não dispõe de orçamento e os investidores locais também não têm demonstrado apetite.
A solução nasceu de uma provocação feita ao BID pela equipe do ministro Fernando Haddad, em busca de formas de destravar os recursos.
Conforme reportagem publicada pelo Reset em dezembro, foram desenvolvidos três produtos de proteção cambial, para baixo, médio e alto risco. Em todos eles, o princípio é o mesmo: usar o balanço “triplo A” dos parceiros do programa para transferir ao Brasil mecanismos de hedge cambial a um custo baixo, que o país não acessaria diretamente por conta do elevado risco-país.
O programa será objeto de uma Medida Provisória, que poderá ser publicada pelo governo na própria segunda-feira.