Copel estreia fundo de transição energética com aporte de R$ 3,5 mi na Move

Com R$ 150 mi geridos pela Vox Capital, veículo de venture capital da comercializadora faz primeira aposta em eletrificação de veículos

Ilustração mostra um carro com um plugue elétrico no lugar do escapamento
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A Copel fez o primeiro investimento de seu fundo de venture capital corporativo, ou CVC, com foco em transição energética, o Copel Ventures I. A empresa investiu R$ 3,5 milhões na Move, startup de software de gestão de carregadores inteligentes de veículos elétricos. 

A transação foi concluída em 30 de dezembro, mas divulgada apenas agora. 

Anunciado em agosto do ano passado, o Copel Ventures I tem R$ 150 milhões e é gerido pela Vox Capital

Fundada em 2019, a Move oferece soluções para permitir que empresas gerenciem os carregadores elétricos que possuem ou administram, controlando a potência ou a cobrança para as recargas, por exemplo.

“Todo o controle, tanto financeiro quanto técnico, pode ser feito no dashboard que fornecemos”, diz o CEO Cesare Quinteiro Pica.

O recurso investido pela Copel é uma extensão da rodada seed finalizada na metade do ano passado pela startup. O valor não foi divulgado a pedido da empresa do setor de mobilidade que liderou a rodada e cujo nome não foi revelado. A AES Brasil e a HARDS, aceleradora de hardwares e softwares, também fizeram aportes.  

A Move trabalha com mais de 50 empresas distribuídas pela América Latina, como Intelbras, Graal e a colombiana Torpel, e vai usar o volume levantado para expansão.

O primeiro contato da startup com a comercializadora paranaense aconteceu em 2022, quando participou do Copel Volt, um programa de inovação para o setor. 

“O objetivo do fundo vai além do financeiro. Queremos ser parceiros estratégicos das nossas investidas”, diz Cássio Santana, diretor de desenvolvimento de negócios na Copel. “É nossa visão de smart money: aportamos capital para a startup se desenvolver, mas também ajudamos a gerar novos negócios dentro do ecossistema da Copel, que oferece enormes oportunidades para empresas como a Move, e com isso ajudamos a alavancar as receitas de imediato.”

Antes do investimento, a Move já havia se tornado parceira da Copel em sua rede de eletropostos distribuídos pelo Paraná. 

O desafio da eletrificação veicular já foi cravado como uma tese importante para o fundo desde o início, afirma Rafael Campos, sócio da Vox Capital. Esse foi o primeiro investimento da gestora, com 15 anos na área de impacto, em uma startup de energia neste estágio. 

“Sabemos que no Brasil a curva de adoção de veículos elétricos começa agora, e a expectativa é grande. Ao redor do mundo, cadeias de fornecimento devem migrar para isso. Mesmo que por aqui demore um pouco mais, por conta da opção do etanol, o potencial dos carros elétricos é muito grande. A infraestrutura é um facilitador para que esse processo aconteça, e a Move monetiza em cima disso”, diz Campos.

O cálculo de impacto foi analisado principalmente pela perspectiva climática. Foi realizado um cálculo similar ao feito para a Octa, empresa que atua na circularidade no desmanche e o reuso de peças de carros no fim da vida útil, e para a Nude, que produz laticínios à base de plantas, afirma o gestor.