A produção de alimentos no Brasil foi responsável por 73,7% das 2,4 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa lançadas pelo país na atmosfera, em 2021.
A estimativa, resultado de um estudo inédito publicado este mês pelo do Observatório do Clima, confirma a urgência de soluções que transformem a maneira como nossa comida é produzida.
Em 2050, seremos 260 milhões de habitantes no Brasil, e cerca de 10 bilhões no mundo.
Na Marfrig, maior produtora global de hambúrgueres, há duas décadas a preocupação com este tema é norteada por ações e investimentos focados em diminuir o impacto de suas operações.
Na recém-lançada edição 2023/24 do Coller FAIRR, a Marfrig segue como a empresa de proteína bovina melhor colocada no índice, que reúne investidores com US$ 70 trilhões sob gestão e avalia práticas de sustentabilidade na indústria de proteína animal e laticínios.
A companhia brasileira é a quarta colocada: as três primeiras são empresas norueguesas de pescado.
Precursora da pecuária sustentável no Brasil e no mundo, este ano a companhia subiu cinco pontos percentuais – de 34% para 39% – no ranking global de combate ao desmatamento Forest 500.
O projeto da Global Canopy acompanha as políticas e iniciativas de 350 empresas e 150 instituições financeiras que atuam em cadeias ligadas ao desmatamento.
Compromisso com Greenpeace
Esse desempenho da Marfrig é resultado da decisão estratégica de colocar a sustentabilidade no centro do negócio.
Em 2009, ela foi a primeira empresa de alimentos do mundo a assumir um compromisso público com o Greenpeace sobre a compra de gado proveniente da Amazônia Legal. Um ano mais tarde, criou uma plataforma de geomonitoramento, via satélite, para rastreio de fornecedores de gado.
O acordo com o Greenpeace foi o primeiro grande passo da Marfrig no combate ao desmatamento, mas não sua primeira iniciativa de sustentabilidade.
Em 2005 ela já havia firmado uma parceria relacionada à gestão de impactos, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPacto), a fim de promover condições dignas de trabalho em sua cadeia produtiva.
Em 2012, a planta de Tangará da Serra (MT) – uma das 16 vendidas pela Marfrig para a Minerva Foods, em agosto deste ano – tornou-se a primeira planta de processamento de carne do Brasil a receber o selo Rainforest Alliance Certified™, que assegura que a matéria-prima é produzida em conformidade com as normas de conservação ambiental e direitos humanos.
Feito inédito no setor, em 2014 a Marfrig alcançou 100% de cobertura das fazendas fornecedoras na Amazônia por meio de mapas georreferenciados.
Um ano mais tarde, a companhia lançou seu hambúrguer certificado pela Rainforest Alliance, selo que garante uma carne produzida de acordo com os melhores padrões operacionais, ambientais, sociais e de bem-estar animal.
Em 2019, a Marfrig foi a primeira empresa brasileira a emitir Sustainable Transition Bonds, títulos verdes de empresas em processo de transição que buscam reduzir suas emissões.
Os recursos obtidos foram aplicados em projetos que garantem a compra de gado proveniente de áreas livres de desmatamento na Amazônia.
Verde+
O grande passo da Marfrig rumo a um futuro sustentável, resiliente e inclusivo foi implementado em 2020. Lançado em julho daquele ano em parceria com a organização holandesa Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH), o plano Marfrig Verde+ previu investimento de R$ 500 milhões.
O objetivo é garantir que 100% da cadeia de produção da empresa seja sustentável, rastreada e livre de desmatamento até 2030. Cerca de metade deste valor já foi aplicado.
O maior compromisso do Marfrig Verde+ tem sido o de acelerar a sustentabilidade na cadeia da carne bovina, sempre tendo como foco a inclusão do produtor. Baseado na estratégia PCI – Produzir, Conservar e Incluir –, o plano apoia-se sobre três pontos: um financeiro, um técnico e um de monitoramento.
A Marfrig promove o desenvolvimento de novos mecanismos financeiros capazes de permitir o acesso do produtor, dá suporte técnico a eles na implementação de tecnologias e na transição para uma pecuária capaz de aliar produção e conservação, e monitora 100% de seus fornecedores diretos e indiretos.
Em três anos, o Marfrig Verde+ reinseriu mais de 3 mil fazendas fornecedoras em seu quadro de parceiros, graças às mudanças de práticas promovidas.
No mesmo ano em que o Verde+ foi lançado, a Marfrig fechou uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para implementar protocolos de carne carbono neutro e carne de baixo carbono.
Pesquisa da Embrapa apontou que, com o manejo adequado, pode-se ter 125% a mais de animais por hectare e um peso de carcaça/ha 163% superior em relação ao manejo convencional.
O cumprimento de práticas adequadas de manejo da pastagem envolvem ações como o monitoramento de altura, ajuste de carga animal e adubação adequada à demanda das plantas forrageiras e ao nível de intensificação do sistema.
Os protocolos garantem a qualidade do animal, da carne produzida e a fixação de carbono no solo e o controle das emissões de metano.
Ainda em 2020, a empresa ingressou em dois índices da B3: no ICO2, que reúne ações de empresas que se destacam na adoção de medidas para minimizar as emissões de gás do efeito estufa, e no ISE, de Sustentabilidade Empresarial.
No mesmo ano, a Marfrig tornou-se a primeira companhia brasileira de proteína animal a ingressar na Science Based Targets (SBTi), iniciativa global de quatro organizações – Carbon Disclosure Project (CDP), Pacto Global da ONU, World Resources Institute (WRI) e World Wide Fund for Nature (WWF).
A SBTi lista mais de 6,5 mil negócios comprometidos com metas baseadas na ciência para redução de suas emissões.
Dois anos mais tarde, a companhia teve suas metas de redução das emissões de GEE provenientes de operações próprias e da cadeia de suprimentos aprovadas pela SBTi.
Consciente de seu papel para a construção de um mundo mais sustentável e do futuro da alimentação, a Marfrig desenvolveu tecnologias que hoje monitoram diariamente 100% das propriedades fornecedoras diretas de todo o país.
Entre as fornecedoras indiretas, o controle é de 80% das localizadas na Amazônia e 74% das situadas no Cerrado. Um cenário que comprova que a pecuária sustentável, rastreada e com baixa emissão de carbono é possível.