COMPANHIAS ABERTAS

Raízen vende usina por R$ 425 milhões para reduzir dívida

Joint venture da Cosan e Shell, empresa revê portfólio em meio à alta alavancagem

A Raízen, produtora de etanol, está emitindo R$ 1,2 bi em dívida ESG

A Raízen, joint venture da Cosan e Shell, se desfez de uma de suas usinas sucroalcooleiras como parte da estratégia de reduzir seu endividamento. A usina Leme, localizada no polo de Piracicaba (SP), foi vendida a R$ 425 milhões para a Ferrari Agroindústria e a Agromen Sementes Agrícolas, conforme comunicado na manhã desta segunda-feira (12). 

“A operação está alinhada com a estratégia da companhia de reciclagem do portfólio de ativos, redução do endividamento e captura de eficiência agroindustrial”, segundo o comunicado. 

As mudanças na Raízen começaram em outubro passado, com a troca de Ricardo Mussa por Marcelo Martins como CEO da empresa e outras alterações na diretoria. A preocupação de investidores com o endividamento, após investimentos bilionários da companhia no etanol de segunda geração (E2G), levaram à queda dos papéis e a decisão de Rubens Ometto, dono da Cosan, de mudar a rota da empresa.

Em janeiro deste ano, a Cosan zerou sua posição na Vale e embolsou R$ 9 bilhões. A expectativa do mercado é que outros ativos entendidos como acessórios também sejam vendidos. 

No terceiro trimestre da safra de 2024/25, a Raízen registrou alavancagem de 3x, contra 1,9x no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida estava em R$ 38,6 bilhões. 

Os resultados consolidados do ano-safra de 2024/25 serão publicados nesta terça-feira (13), após o fechamento do mercado. 

A usina vendida possui capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas por safra. A operação inclui ainda a cessão de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

A conclusão da operação está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).