CRÉDITOS DE CARBONO

Amazon começa a vender créditos de carbono nos EUA

Big tech quer incentivar compensações de emissões de fornecedores e clientes corporativos; empresa investe em créditos jurisdicionais e de restauração no Brasil 

Logo da Amazon em prédio

A ambição da Amazon sempre foi ser a “loja de tudo”. Agora, entre os produtos em suas prateleiras virtuais, estão créditos de carbono. O novo serviço surge em resposta à dificuldade de outras empresas em acessar ativos de alta integridade, afirma a companhia, no anúncio feito nesta quarta-feira (19).

A venda dos créditos estará disponível para empresas nos Estados Unidos que sejam fornecedoras, clientes da Amazon ou signatárias do Climate Pledge, um compromisso  de se tornar net zero em carbono até 2040 co-fundado pela big tech.

A ideia da Amazon é que os compradores utilizem os créditos como um complemento a seus esforços de descarbonização em andamento, não como substituto. 

Só podem comprar esses ativos companhias que tenham definido metas net zero que abranjam todas as suas emissões de carbono, inclusive as indiretas, geradas ao longo da cadeia de valor. Elas também precisam medir e divulgar seu reporte de emissões com frequência e se comprometer com estratégias alinhadas à ciência.  

Os créditos serão gerados a partir de três rotas prioritárias: conservação de florestas tropicais, reflorestamento e soluções tecnológicas para remoção de carbono da atmosfera. 

A preferência pelas soluções baseadas na natureza pode fortalecer o interesse da companhia de Jeff Bezos no Brasil. A Amazon investiu, em 2023, R$ 90 milhões na Belterra, startup brasileira que implementa sistemas agroflorestais para a restauração da Amazônia. A expectativa anunciada à época era de que este fosse um investimento inicial, com a empresa americana interessada em ampliar o projeto. 

Quanto à conservação, a Amazon é cofundadora da Coalizão LEAF, que fechou um acordo de interesse de compra de R$ 1 bilhão com o Pará para os futuros créditos jurisdicionais do Estado. 

Diretora de sustentabilidade da companhia, Kara Hurst observa que o mercado voluntário de carbono vem sendo desafiado por questões de transparência e credibilidade. “Estamos usando nosso tamanho e altos padrões de verificação para ajudar a promover investimentos adicionais na natureza e estamos animados em compartilhar esta nova oportunidade com empresas que também estão comprometidas com o trabalho árduo de descarbonizar suas operações”, disse, em nota. 

O serviço já tem entre seus clientes a Flickr, de imagens e vídeos, o Seneca Group, de consultoria e desenvolvimento imobiliário, e a Ryan Companies, empresa de construção.