Após reforço, Fundo Clima desembolsa R$ 7 bilhões em 7 meses 

Gerido pelo BNDES, fundo aprovou entre abril e outubro deste ano 2,5 vezes o valor liberado nos últimos 10 anos

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.
Rio de Janeiro, 18/01/19- Foto: Miguel Ângelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Rio de Janeiro, 18/01/19- Foto: Miguel Ângelo
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O BNDES aprovou R$ 7,3 bilhões do Fundo Clima para o financiamento de projetos de adaptação às mudanças climáticas entre abril e outubro deste ano.

O valor corresponde a 70% dos R$ 10,4 bilhões aportados para este ano pela União no fundo, que é gerido pelo banco e vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Os R$ 2,7 bilhões restantes devem ser deliberados pelas alçadas decisórias ainda neste ano, segundo o BNDES.

Criado há 15 anos, só agora esse instrumento do governo federal para financiar projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa ganhou tração. 

Até o ano passado, ele recebia cerca de R$ 400 milhões por ano provenientes de royalties de petróleo. Com recursos limitados, o fundo desembolsou apenas R$ 3 bilhões (em valores atualizados) entre 2013 a 2023. 

No início deste ano, porém, passou por uma reformulação e recebeu uma injeção de US$ US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) vindos da emissão de títulos verdes do governo federal.

A previsão é dobrar os recursos do Fundo Clima para 2025, segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A demanda apresentada para o orçamento do fundo para o ano que vem já soma R$ 11,5 bilhões.

O balanço parcial de 2014 foi apresentado na semana passada em Brasília, em reunião do comitê gestor do Fundo Clima. Além do BNDES e do MMA, também compõem o órgão outros 13 ministérios e representantes da sociedade civil, academia, trabalhadores, indústria e agricultura.

Os recursos foram destinados para energia eólica, solar e biogás, mobilidade urbana, eletrificação de frota de ônibus, VLT, além de financiamentos a projetos de florestas nativas.

O presidente do BNDES destacou a demanda de R$ 167 bilhões para projetos de produção de combustíveis sustentáveis, incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação, em um edital com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“O balanço, mesmo parcial, demonstra que o Fundo Clima apresentou uma mudança de escala, tanto de recursos quanto de desempenho”, disse a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, que apresentou o balanço da gestão do fundo ao comitê.

Segundo o banco, as operações aprovadas de abril a outubro evitam ou removem 3,3 milhões de toneladas de CO2-equivalente por ano, o que representa 16 vezes o total de emissões evitadas em 2023 (204 mil tCO2e/ano). 

As operações aprovadas neste ano até agora geraram 15,2 mil empregos permanentes.