O Walmart anunciou hoje uma parceria com a Rubi Laboratories, uma startup norte-americana que promete capturar carbono e transformá-lo em celulose para a produção de tecidos biodegradáveis e de emissões negativas.
O projeto piloto servirá para testar como adotar a tecnologia em fábricas que integram a cadeia de produção da gigante varejista, auxiliando no compromisso de reduzir emissões de escopo 3, que incluem as dos fornecedores.
Em outra frente, as duas empresas vão projetar e desenvolver uma coleção protótipo de peças feitas com o novo material.
A série de testes vai ocorrer até o fim de 2024. Mesmo já tendo obtido sucesso na produção dos fios climate friendly, a Rubi ainda precisa provar que consegue viabilizar a produção em escala comercial.
Desde 2021, quando foi fundada por Neeka e sua irmã gêmea, Leila, a Rubi captou US$ 13,5 milhões e atraiu investidores como as marcas Patagonia e H&M.
E como funciona?
Capturado antes de ser lançado na atmosfera (em fábricas, por exemplo), o CO2 é submetido a um tratamento com enzimas. Elas funcionam como catalisadoras e transformam o gás em polímeros que compõem a celulose. O processo é semelhante à formação de paredes celulares que ocorre nas plantas.
O material obtido pode ser inserido diretamente na manufatura têxtil existente e ser transformado em fios, fibras e têxteis, segundo a startup. Um exemplo é o liocel, uma fibra vegetal frequentemente comparada com a viscose – mas mais sustentável.
A Rubi afirma que, feitos puramente de celulose, os têxteis que fabricam são 100% biodegradáveis, como o papel e a madeira. Depois de usado diversas vezes, o material poderia ser descartado como lixo orgânico – uma solução para a grande dificuldade da indústria da moda de gerir resíduos.