A Natura &Co confirmou na noite de hoje que seu conselho de administração aprovou o início de estudos comparativos para um spin-off (separação) ou uma oferta pública inicial da Aesop. Segundo comunicado ao mercado, o spin-off também poderia ser seguido de um IPO nos Estados Unidos.
A informação foi antecipada há um mês pelo Reset, como parte da guinada estratégica em curso para tentar reverter a crise da companhia.
A ideia é abandonar o modelo de plataforma global de marcas de beleza, que começou a ser montado em 2013 com a aquisição da Aesop. A nova orientação é consolidar e fortalecer a posição de grande empresa de beleza com foco na América Latina, baseada no modelo de venda direta e com as marcas Natura e Avon.
Nessa nova visão, tanto Aesop quanto The Body Shop deixam de fazer parte do negócio central e devem seguir caminhos próprios.
Segundo o comunicado divulgado hoje, tanto no cenário de IPO quanto no spin-off, a Aesop continuaria a ser liderada pelo CEO Michael O’Keeffe, por meio de uma holding a ser listada nos Estados Unidos.
Adquirida em 2013 por US$ 100 milhões, a Aesop responde por cerca de 6% das receitas do grupo e é o negócio que cresce a taxas mais aceleradas – cerca de 20% ao ano.
Um IPO poderia destravar um valor que hoje está escondido no grupo e ajudar a financiar a aceleração desse crescimento. Já um spin-off seguido de venda ajudaria a abater a dívida do grupo, hoje em R$ 11,5 bi.
Algumas estimativas apontam que o negócio poderia valer quase R$ 10 bilhões, praticamente metade do valor de mercado atual da Natura &Co.
Depois da decisão final do conselho de administração, um eventual spin-off teria que ser aprovado pela maioria das ações em circulação presentes na assembleia.