Wilson Ferreira deixa comando da Vibra e deve ir para a Eletrobras

Ainda não existe um nome para sucessão na distribuidora de combustíveis, que faz transição para empresa completa de energia

Wilson Ferreira deixa comando da Vibra e deve ir para a Eletrobras
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Pouco mais de um ano após ter assumido a presidência da Vibra, ex-BR Distribuidora, Wilson Ferreira Junior está de saída da companhia. 

A informação, que já vinha sendo considerada uma possibilidade pelo mercado, foi confirmada hoje pela distribuidora de combustíveis em fato relevante. 

Apesar de ainda não ser oficial, a especulação é que Ferreira vá voltar para a ex. 

O executivo deve retornar ao comando da Eletrobras, onde ficou de janeiro de 2016 até janeiro de 2021, e que acaba de passar por um processo de privatização, após uma oferta pública de ações que avaliou a companhia em mais de R$ 100 bilhões. 

Foi Ferreira quem preparou a Eletrobras para ser vendida pelo governo, com mudanças importantes na estrutura de governança e uma reestruturação profunda no emaranhado de diversas controladas. 

Sua saída há um ano e meio aconteceu num momento em que a privatização parecia sepultada pelo governo Bolsonaro. Agora, o quadro mudou completamente.

Por conta desse cenário, seu pedido de demissão da Vibra não chegou a ser uma surpresa completa para conselheiros e acionistas. Mas, segundo pessoas próximas, Ferreira não vinha dando sinais de que pretendia deixar a companhia.

A sucessão na Vibra

Ainda não existe um nome para a sua sucessão na Vibra, segundo pessoas a par do assunto. A partir de agora, o ‘super conselho’, eleito em abril com um ambicioso projeto de transição energética para a empresa, iniciará o trabalho para buscar esse nome. 

O fato de a companhia contar com um conselho de composição parruda, com nomes com ampla experiência em estratégia e gestão, como Sergio Rial e Walter Schalka, dá conforto a investidores. A tendência é que a busca por um sucessor recaia sobre um executivo mais jovem, para liderar um projeto de longo prazo na Vibra.

Wilson Ferreira chegou à então BR Distribuidora quando a Petrobras já não era mais controladora e tinha 37,5% da companhia. Sob o seu comando, a petroleira fez a saída integral em junho do ano passado, tornando a distribuidora uma corporation, sem controle definido, que passou a se chamar Vibra. 

Na avaliação de um investidor de referência da empresa, Ferreira teve um papel importante na condução da empresa rumo ao modelo de ‘true corporation’. Foi ele também quem iniciou a mudança da estratégia de negócios, indo além do setor de combustíveis para uma empresa completa de energia, com foco redobrado em renováveis e eletrificação. Mas, segundo esse investidor, o ‘fit’ com o projeto que vem pela frente não era absoluto. 

“O mercado gostaria de um nome que mantivesse a empresa no caminho da transição, ao mesmo tempo em que se aprofunda em potenciais eficiências que podem ser extraídas do atual negócio de distribuição de combustível”, disse o Bradesco BBI em relatório a clientes. 

Assembleia na Eletrobras

Se confirmado para a presidência da Eletrobras, o nome de Wilson terá de ser ratificado por um conselho de administração ainda em formação, que será definido em assembleia marcada para o dia 5 de agosto. 

A expectativa é que a eleição ocorra sem atritos. Os nomes foram indicados por um grupo de acionistas – que incluem as gestoras 3G Radar, SPX, Vinci e XP, além do Banco Clássico – e que ficou com uma fatia relevante na companhia. 

Entre os indicados estão Carlos Piani, ex-presidente da Equatorial (e que também está no board da Vibra), Ivan Monteiro, ex-CFO da Petrobras e o consultor Vicente Falconi. Marcelo Gasparino, Marisete Pereira, Octavio Lopes, Daniel Ferreira, Felipe Dias, Marcelo Freitas e Pedro Batista de Lima Filho (esse último, indicado pelos detentores de ações preferenciais).